São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Mercedes demite 1.200 em Campinas

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Mercedes-Benz demitiu 1.200 funcionários da fábrica de ônibus em Campinas (SP). O corte atinge 37,5% do total de 3.200 empregados da unidade.
Cerca de 80% dos demitidos estavam em licença remunerada desde o último dia 5 e deveriam retornar hoje ao serviço. Os cortes começaram a ser feitos na última sexta-feira, com a demissão de 200 funcionários. O restante foi confirmado na tarde de ontem.
Os operários marcaram para hoje, às 7h, um protesto contra as demissões. Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região, filiado à CUT, se reúnem com representantes da empresa.
Os sindicalistas reivindicam a readmissão de pelo menos cem funcionários que teriam doenças ocupacionais (sequelas de acidentes ou doenças contraídas por causa do trabalho).
Segundo a assessoria de imprensa da montadora, as demissões não foram negociadas com o sindicato. Os demitidos receberão indenização equivalente a quatro salários e terão direito a usar o plano de saúde da empresa até 6 de junho.
A Mercedes-Benz resolveu abandonar a produção de carrocerias para ônibus e se concentrar na fabricação de chassis e plataformas. Essa decisão, afirma a empresa, determinou a "diminuição do quadro de pessoal".
As unidades completas representaram cerca de 10% dos 10.800 ônibus vendidos em 95 pela empresa no mercado interno.
Segundo a Mercedes-Benz, a medida faz parte do "processo de reestruturação empresarial" e busca "maior competitividade internacional".
A partir de agora, o cliente terá de comprar a plataforma do ônibus Mercedes e encomendar a carroceria a uma outra empresa.
A montadora já havia reduzido em 12% o número de empregados em 95. Em setembro, foram demitidos 1.282 funcionários em São Bernardo do Campo (onde são produzidos caminhões) e 500 em Campinas. Agora, passa a contar com 13.100 trabalhadores nas duas unidades. No final de 95 eram 14.300.

Colaborou a Folha Sudeste

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