São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Zagallo vê grupo argentino mais fácil

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A TANDIL (ARGENTINA)

Em sua primeira análise geral do Torneio Pré-Olímpico de futebol, o técnico Mario Jorge Zagallo apontou o grupo da Argentina como mais fácil do que o da seleção brasileira.
"A facilidade com que os argentinos golearam o Equador por 6 a 0 e a incapacidade da Colômbia de vencer mostram que o Grupo B é mais fácil do que o A."
O Brasil integra o Grupo A, ao lado de Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru. Além da Argentina, estão no Grupo B Chile, Equador, Colômbia e Venezuela.
A seleção brasileira jogaria ontem à noite contra o Paraguai, na cidade argentina de Tandil (380 km ao sul de Buenos Aires).
Já é costume de Zagallo apontar supostos prejuízos ao Brasil em torneios e partidas.
Mas, agora, ele vê uma vantagem em o Brasil disputar a primeira fase do Pré-Olímpico com equipes, na sua opinião, mais fortes do que as adversárias da Argentina.
"Quem sair da nossa chave, que é mais dura, vai chegar mais aguerrido à fase final", afirmou.
Cada grupo classifica duas equipes para a fase final do Pré.
Os quatro finalistas se enfrentam entre si. Os dois que fizerem mais pontos vão disputar o torneio de futebol da Olimpíada de Atlanta (EUA), entre julho e agosto.
O Brasil montou estrutura inédita para a seleção pré-olímpica, porque nunca conquistou um título olímpico de futebol. Pela primeira vez, a Olimpíada terá um torneio feminino de futebol -o Brasil já está classificado.
Zagallo elogiou a seleção argentina. "Tem bom conjunto e bons jogadores", disse.
Mas ele acredita que, "contra o Brasil, todos mudam sua maneira de jogar e atuam mais fechados". Diplomático com outras equipes, Zagallo só tem polemizado no Pré-Olímpico com o treinador Hector Nuñez, da seleção uruguaia, adversária do Brasil na próxima quarta-feira.
"Não vou polemizar com esse cara", diz, sempre, antes de atacá-lo. "Não tem conversa. Ele é só monólogo. Cospe para cima e o cuspe cai na cabeça dele mesmo."
Para Nuñez, Zagallo está "gagá" e faz a seleção jogar um futebol do "tempo das cavernas".

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