São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Indiciados 2 banqueiros no caso Whitewater

CARLOS EDUARDO LINS E SILVA
DE WASHINGTON

Dois banqueiros que ajudaram a financiar a campanha de Bill Clinton para o governo de Arkansas (sul dos Estados Unidos), em 1990, foram indiciados pelo promotor especial do caso Whitewater, Kenneth Starr.
Robert Hill e Herby Branscrun Jr. foram acusados de terem fraudado o imposto de renda e falsificado documentos ao gerenciarem fundos de campanha de Clinton, que disputava pela quinta vez o governo de seu Estado.
Os dois foram nomeados por Clinton em 1991 para altos cargos públicos: Hill para a diretoria do banco estadual de Arkansas e Branscrun para a chefia do departamento de estradas de rodagem.
Com os dois, chega a 16 o número de indiciados no caso Whitewater, que envolve negócios financeiros do casal Clinton na década de 80, o financiamento das campanhas de Clinton para o governo de Arkansas e suspeitas de obstrução do trabalho da Justiça na apuração desses episódios depois que Clinton se tornou presidente.
Entre os indiciados estão Webster Hubbell, ex-subsecretário da Justiça dos EUA e ex-sócio da primeira-dama Hillary Clinton, que cumpre pena de dois anos de prisão, o atual governador de Arkansas (ex-vice de Clinton) Jim Guy Tucker, além de dois ex-sócios do casal Clinton James e Susan McDougal.
O indiciamento de Hill e Branscun mostra a prioridade que o promotor dá à investigação das campanhas eleitorais de Bill Clinton em Arkansas.
O banco dos dois, o Perry County Bank, tinha a conta da campanha de 1990.
O presidente do banco, Neal Ainley, condenado a dois anos de prisão, diz ter recebido ordens de Bruce Lindsey, tesoureiro da campanha de Clinton, para ocultar documentos. Lindsey ainda não foi indiciado por Starr.
Bill e Hillary Clinton também não foram acusados por Starr de nenhuma ilegalidade. Mas os dois já deram depoimentos ao promotor. A primeira-dama tamém foi intimada a testemunhar diante de um júri federal em Washington.
Os dois banqueiros se dizem inocentes e vítimas de maquinações políticas, devido ao seu envolvimento no passado com o atual presidente.
(CELS)

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