São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 1996![]() |
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Diretores do Baneb foram multados em 95
CARI RODRIGUES
O processo administrativo do BC dentro do banco estatal baiano continua porque os envolvidos recorreram ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro -um órgão misto que reúne funcionários do BC, do Ministério Público e da iniciativa privada. O BC suspeita que o Baneb tenha servido de intermediário do Banco Econômico para repassar recursos a empresas não-financeiras do grupo de Angelo Calmon de Sá. O Econômico teria feito aplicações no Baneb que, no mesmo dia, emprestava o mesmo valor à empresa Econômico S/A Empreendimentos. As operações entre bancos e empresas coligadas são consideradas como crimes contra o sistema financeiro. São cinco operações no valor de US$ 19,520 milhões. Duas delas aconteceram no mesmo dia, no valor total de US$ 7,416 milhões. O BC instaurou o processo administrativo depois da intervenção no Econômico, em 11 de agosto, e os diretores do banco privado baiano também foram multados. O diretor-presidente do Baneb, Paulo Vianna, não quis falar sobre os processos administrativos. "Não confirmo e nem desminto", disse. Essas cinco operações foram denunciadas ao Ministério Público na semana passada. Outro processo administrativo pode ser instaurado no Baneb para investigar se os empréstimos foram concedidos a custo zero, conforme antecipado ontem pela Folha. Banespa O acordo do Banespa, que permitirá ao governo de São Paulo renegociar com a ajuda dos cofres federais metade de sua dívida junto ao banco, vai chegar ao Senado no início de março e gerar uma briga política por sua aprovação. Segundo a análise jurídica do Ministério da Fazenda e do Banco Central, o acordo não poderá ser proposto ao Senado na forma de MP (medida provisória, que entra em vigor imediatamente), como chegou a ser cogitado pelo secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros. Isso significa que o homem-chave no Senado para a aprovação do acordo do Banespa será o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. Críticas Miranda, que já criticou publicamente o acordo, terá o poder de designar o relator do projeto que permitirá ao Estado de São Paulo receber o socorro federal na renegociação de sua dívida. O governo paulista precisará do aval do Senado para ampliar seu endividamento e receber do Tesouro Nacional títulos no valor correspondente à metade da dívida, algo entre R$ 7,5 bilhões e R$ 8 bilhões. Para esse aval, a legislação determina que o Estado encaminhe uma proposta ao BC. O BC analisa a proposta e faz um parecer que é enviado aos senadores. Segundo a Folha apurou, a proposta do governador Mário Covas (PSDB) já está no BC. A área técnica aguarda para a próxima semana o retorno da diretoria do BC que permitirá a aprovação do parecer. Miranda confirma esperar para o início de março o recebimento do parecer, mas faz mistério sobre quem será o relator do acordo. O projeto já foi aprovado na Assembléia Legislativa de São Paulo, por envolver a venda da Fepasa, estatal paulista do setor ferroviário, para saldar dívidas. Texto Anterior: Hormônios não trazem risco, segundo estudo Índice |
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