São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996
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Restaurantes ignoram veto e admitem fumo

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Restaurantes dos Jardins (zona oeste de São Paulo) voltaram a dividir o ambiente em espaços para fumantes e não-fumantes. Essa tendência foi constatada pela Folha, apesar de os empresários evitarem falar abertamente sobre o assunto.
No ano passado, o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), baixou um decreto proibindo o fumo em restaurantes.
A multa para quem descumprir a determinação é de R$ 394,90. Tanto o cliente como o dono do restaurante são autuados.
Segundo os empresários ouvidos pela reportagem, a lei estadual que estabelece a divisão de espaços para fumantes e não-fumantes e "o recuo" da fiscalização da prefeitura explicam a tendência nos Jardins.
Eles pediram para não ser identificados para evitar retaliações por parte da prefeitura.
Percival Maricato, presidente da Abredi (Associação dos Bares e Restaurantes Diferenciados), disse que a inobservância do decreto da prefeitura é generalizada.
Ele afirmou que as chances de anular as multas na Justiça são "tranquilas", já que o decreto da prefeitura "é ilegal".
"O empresário só sobrevive quando trata muito bem seus clientes", disse Maricato.
Segundo ele, 30% da clientela só frequenta os restaurantes se puder fumar.
O secretário municipal Roberto Paulo Richter, que acumula as pastas da Saúde e do Planejamento, negou que a prefeitura tenha deixado de fiscalizar.
"A fiscalização está normal e vai continuar", disse.
Para ele, a lei estadual sancionada pelo governador Mário Covas que prevê áreas para fumantes e não-fumantes nos restaurantes de todo o Estado não se sobrepõe ao decreto municipal antifumo.
O decreto de Maluf entrou em vigor em 25 de setembro do ano passado. Em janeiro último, a Justiça concedeu a primeira liminar a um restaurante com base na lei estadual, sancionada em novembro.

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