São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996 |
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Déficit pode chegar a US$ 3 bi, diz Bacha
ÁLVARO ANTÔNIO ZINI JÚNIOR
Segundo o ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Brasil terá saldo comercial nulo ou, no máximo, igual ao de 1995 (déficit de US$ 3 bilhões). Bacha fez o pronunciamento de abertura da conferência "As consequências econômico-sociais do Plano Real", organizada pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Londres e pelo Departamento de Política da USP (Universidade de São Paulo). Na platéia, cerca de cem pessoas, entre empresários, investidores e pesquisadores, ouviram de Bacha algumas afirmações provocadoras. "O Plano Real foi um enorme sucesso. Não conheço nenhum outro plano tão bem-sucedido em termos de inflação, emprego e produção; nem o da Argentina, o do Chile ou o de Israel". Bacha fez previsões otimistas para 1996: o PIB deve crescer de 4% a 5% e a inflação ficará um pouco acima de 10% ao ano. "O déficit do setor público de 1995 (próximo de 4,6% do PIB) foi algo ocasional, devido ao aumento do funcionalismo aprovado no fim de 1994 e à taxa de juros mais elevada; por isso, não preocupa", disse Bacha. Embora a arrecadação tenha crescido 55% em termos reais em 1995 e os gastos públicos 68%, nem por isso Bacha acha que se devem tirar conclusões negativas. Os desafios para 1995, segundo Bacha, são a consolidação dos ganhos contra a inflação, a melhoria das contas públicas, a redução da taxa de juros e privatizações mais aceleradas. A conferência prosseguiu na sexta-feira, com a apresentação dos trabalhos de Maria Kinzo, da USP, Beatriz Azeredo, do BNDES, Paulo Nogueira Batista Jr., da FGV-SP, Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores, e Álvaro Antônio Zini Jr. ÁLVARO ANTÔNIO ZINI JR., 43, é professor titular da FEA-USP. Texto Anterior: Econômico custa R$ 28,2 mi por mês ao BC Próximo Texto: Reservas de R$ 53,5 bi batem novo recorde Índice |
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