São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Glass diz que tentou fazer trilha 'orgânica'
JGC
"Conheci Monique há uns oito ou nove anos, e sempre achei que ela possuía muito talento", disse o músico à Folha, por telefone, de Salvador, onde foi ver a estréia do filme. "Quando ela me mostrou a história de 'Jenipapo' e me falou sobre o projeto, vi que sabia muito bem o que queria fazer, e me senti confiante para ajudá-la." Glass, que compôs a trilha de filmes como "Mishima", de Paul Schrader, e "Koyaanisqatsi", de Godfrey Reggio, não viu as imagens de "Jenipapo" antes de fazer a música. Viu o filme pronto, pela primeira vez, em Salvador. "Acontece que eu acompanhei o desenvolvimento do projeto passo a passo, e tive a oportunidade de discutir cada cena com Monique muitas vezes. Além disso, visitei as locações do filme na Bahia e no Rio, onde acompanhei parte das filmagens", diz o compositor. Glass diz que pretendeu fazer uma trilha "muito orgânica", que acompanhasse o desenvolvimento dos personagens. "É uma espécie de técnica de ópera, em que a música cresce para dentro da obra." "No filme há um tema social e político e também um estudo de personagem, e cada um desses aspectos reilumina o outro. Tentei fazer a mesma coisa com a música", diz Glass, que faz atualmente três peças em colaboração com Robert Wilson: "White Raven", "Monsters of Grace" e "Tse". O compositor explicou por que não usou música brasileira em "Jenipapo": "Seria a saída mais convencional; além disso, se Monique quisesse uma música nessa direção, o mais apropriado seria contar com um compositor brasileiro, não comigo". Texto Anterior: Czerny explica troca de papéis Próximo Texto: Filme estréia em Salvador Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |