São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996
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Assassinados genros de Saddam

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os dois genros do presidente Saddam Hussein que haviam fugido do Iraque foram assassinados ontem por seus parentes.
A informação foi divulgada pela TV da Juventude, que disse que o crime foi cometido por parentes deles, e confirmada pelo governo. A emissora pertence ao filho mais velho de Saddam.
Hussein Kamel Hassan e seu irmão Saddam Kamel, que eram casados com duas filhas de Saddam, fugiram do Iraque para a Jordânia no ano passado, e regressaram ao país na tarde de terça-feira.
A emissora de TV disse que jovens membros da família Al Majeed (dos genros de Saddam) mataram-nos a tiros na casa em que Hussein Kamel estava hospedado, nos arredores de Bagdá (a capital).
Outro irmão dos dois, Hakeem, o pai deles, pessoas de fora da família e dois dos agressores também teriam morrido, deixando um total de oito mortos.
Os desertores tinham sido condenados à morte por membros da própria família, numa decisão independente da Justiça do país. O clã enviou mensagem ao governo dizendo que tinha sido extinto "o ramo traidor da família".
Hussein Kamel foi o chefe dos programas militares secretos iraquianos. Sua fuga para a Jordânia, em agosto, provocou a expectativa de que ele fosse revelar segredos.
Durante o auto-exílio, os dois pediram a destituição do governo do sogro. Nesta semana, porém, eles voltaram com suas famílias, dizendo que não tinham sido aceitos por grupos de oposição ao governo iraquiano no exílio.
Saddam Hussein disse logo após o regresso que tinha perdoado os genros. O perdão era parte de um acordo feito entre os desertores e o presidente dias antes. A família disse que a decisão não revertia a pena de morte.
O assassinato aconteceu horas depois de a mesma emissora de TV anunciar que Raghad e Rana, as filhas do presidente, haviam pedido e obtido o divórcio. A notícia fazia crer que os dois fossem punidos pela deserção -provavelmente com a pena de morte.
As filhas de Saddam Hussein teriam alegado, para conseguir o divórcio, que seus maridos "traíram a pátria, a confiança e os altos valores da sua família".
No papel do divórcio, as duas filhas de Saddam teriam dito que não estavam cientes dos planos de seus maridos quando elas fugiram, segundo a agência "INA".
Segundo a "INA", as mulheres haviam pedido antes ao rei Hussein, da Jordânia, que as levasse de volta. O rei teria afirmado não ter tempo para o assunto.

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