São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996 |
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Igreja deu início à 'rebelião'
PAULO MOTA
Sem ajuda da prefeitura e do governo do Estado, decidiram construir um açude em regime de mutirão. Organizados pela ala progressista da Igreja Católica, fundaram uma associação de moradores. Segundo o tesoureiro da Associação Comunitária de Bom Jardim, Odécio Mota, 40, o sucesso obtido na construção do açude fez os moradores descobrirem "a força" do trabalho comunitário. Com a ajuda financeira da Cáritas da Arquidiocese de Fortaleza (entidade de assistência social), os moradores construíram, em regime de mutirão, 20 cisternas, nove poços, uma barragem e um poço profundo, dotando a comunidade de infra-estrutura hídrica. O trabalho em mutirões também foi responsável pela construção de uma creche para 70 crianças e de uma casa de farinha -que serve como fonte de renda para 23 famílias de lavradores de mandioca. Hoje, a Igreja Católica não tem mais participação, pois os padres progressistas foram retirados da igreja de Morrinhos. Em compensação, muitos dos projetos comunitários desenvolvidos tiveram a ajuda de ONGs (organizações não-governamentais) -Gomes não soube dizer quais. Deram ajuda financeira e participaram da elaboração dos projetos. Preocupados com a necessidade de gerar renda para financiar a manutenção de obras comunitárias, os moradores inauguraram em janeiro uma mercearia comunitária, que vende artigos a preço baixo. Como a localidade não dispõe de energia elétrica, Mota diz que muitas vezes os motores a diesel que puxam a água do poço profundo e movimentam a casa de farinha ficam parados porque a comunidade não dispõe de dinheiro para mantê-los em atividade. No último dia 15, o motor do poço profundo estava quebrado há um mês, obrigando os moradores a buscar água a uma distância de quatro quilômetros. A água dos reservatórios já havia acabado. (PM) Texto Anterior: Eleito afirma ter experiência Próximo Texto: Folha distribui hoje nova tabela de distâncias Índice |
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