São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Método numérico pode ter maior precisão

VANESSA DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Muitos pesquisadores propõem o uso da cientometria como um índice alternativo e mais preciso de avaliação científica, substituindo ou complementando a avaliação pelos pares.
Defensores da cientometria acreditam que, na ciência, assim como em outras atividades, o prestígio está associado a um desempenho que pode ser medido.
Segundo pesquisadores como Rogério Meneghini, do Instituto de Química da USP, em ciência existe a possibilidade de "medir" o prestígio de um cientista pela avaliação pelos pares.
Mas, diz Meneghini, esse processo é subjetivo: não seria possível medir de forma objetiva o desempenho de um cientista, já que os "pares" frequentemente formam um conceito a respeito de um colega baseados em vários fatores.
A cientometria seria uma maneira de medir produção e prestígio através de números.
Cientistas que defendem a cientometria argumentam que, assim como nos países ricos, há uma correlação entre o prestígio medido pelo próprios pesquisadores -subjetivo- e o determinado pela cientometria, o a validaria.
Entretanto o método numérico pode mostrar distorções, como a relação entre o número total de citações e o valor de um estudo. Por exemplo: um cientista publica um único estudo que é citado cem vezes. Outro cientista publica cem estudos citados uma vez cada um.
Embora o número total de citações seja o mesmo, o valor do primeiro pode ser considerado maior.
Um dos precursores da cientometria, Eugene Garfield, também aponta problemas inerentes ao próprio método, como o fato de as cerca de 4.000 revistas científicas indexadas no Institute for Scientific Information (ISI) representarem apenas 5% das revistas do planeta, o que levaria a uma polarização da ciência em torno de um número limitado de revistas.
(VS)

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