São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996 |
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"O Labirinto da Moda" chega ao final
MÔNICA MAIA
"Moda tem que ser divertida. Daí a idéia de fazer tudo em um labirinto coberto de panos, relembrando a relação dos tecidos com o corpo", diz a curadora Glaucia Amaral, líder da equipe de 120 pessoas envolvidas com a exposição. Filmes, reproduções de quadros famosos, vitrines com coleções de vestidos antigos de museus brasileiros, ateliês de colagem e costura e uma festa em que os pequenos montam seu figurino com peças de brechó estão no programa. Monitores e atividades passeiam pelos 3.500 metros quadrados do labirinto. Da entrada, os visitantes começam a participar das fantasias da moda e da arte. A instalação "Penetrável", do artista plástico venezuelano Jesus Rafael Soto, com canudos de PVC, remetem à matéria-prima das roupas: o fio. Forma uma imensa cortina plástica. Ela pode ser "vestida" pelos que entram na instalação. A obra contrasta com um tear mineiro do século 19, exposto ao lado. Uma roca de fiar em funcionamento marca o início das salas dedicadas à produção de roupas. Um ateliê de costura dos anos 50 mostra os instrumentos do artesanato da moda. Máquinas de costura de pedal, manequins, moldes e uma coleção de croquis do estilista carioca Alceu Penna. Ele ditava a moda daquele tempo nas páginas da revista "O Cruzeiro". Mas as coleções exibidas no Sesc vêm de tempos muito mais remotos. Traz vestidinhos dos tempos do Brasil imperial. As vitrines apresentam figurinos do acervo no Museu Histórico Nacional, do Museu Imperial de Petrópolis, do Museu de Arte da Bahia e do Instituto Feminino da Bahia. Esculturas e porcelanas européias ilustram o "look" e o modo de usar as peças do século passado e das décadas de 10 a 40. Uma banca de jornal com reproduções de revistas e modelos de roupas dá uma idéia do glamour da moda do final do século 19 e das primeiras décadas do século 20. Uma vitrine de antigas bonecas de louça funciona como um mostruário da moda infantil. O figurino das bonecas contemporâneas também têm vez na exposição. Um painel com 10 mil roupinhas de bonecas Barbie, criado pela artista plástica Andréa Kraemer é um dos grandes sucessos. Roupas infláveis do estilista japonês Yokishiki Hishinuma representam a liberdade da moda do nosso tempo. Além da liberdade, a moda como afirmação da individualidade é tema da instalação "Multidão". Para isso a artista belga Anna Heylen usou 130 bonecos de 35 centímetros, formando uma paisagem humana onde cada elemento se diferencia pela roupa. Os trajes sisudos de álbuns de família, como os de batizado e primeira comunhão, estão em um desfile fotográfico. Uma sala com 320 fotos de coleções de instituições paulistanas e cariocas mostra o ritual das fotos posadas. Uma instituição da moda que sobrevive nas poses das top-models. Pose e fantasia é segredo da maior atração. "O brechó é o momento mais forte para as crianças. Elas mudam de roupa e depois se encontram em uma festa", diz Glaucia Amaral. A farra começa na entrada do brechó, onde roupas de baile e teatro, perucas, capacetes e chapéus são escolhidos para o figurino da festa. O baile acontece um uma tenda marroquina, com direito a DJ. Depois desse roteiro, as crianças são convidadas a expor suas idéias. No "Manifesto", um ateliê com quatro monitores repleto de papéis tecidos e cola, com espaço para exposição, os visitantes revelam suas impressões da moda. Exposição: O Labirinto da Moda: uma Aventura Infantil Quando: Hoje, das 10h às 20h Onde: Sesc Pompéia, rua Clélia, 93 (tel. 62-3707) Ingresso: entrada franca Texto Anterior: Novos planetas aumentam especulação Próximo Texto: Clipe de filmes vai da Idade Média ao jeans Índice |
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