São Paulo, quinta-feira, 29 de fevereiro de 1996 |
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Governos tentam erradicar trabalho de crianças nas carvoarias do MS
MYRIAN VIOLETA
Segundo o coordenador de projetos especiais da Secretaria de Governo, João José de Souza Leite, 43, o objetivo é erradicar o trabalho infantil nos fornos onde se fabrica o carvão. Na primeira fase, que começa em março, mil crianças serão beneficiadas. Na segunda, no próximo semestre, 2.500. Carlos Maranhão, 50, diretor de Planejamento da Secretaria e Assistência Social do Ministério da Previdência, discutiu o programa ontem em Campo Grande (MS) com entidades governamentais e não-governamentais que compõem o Fórum Permanente para a Erradicação do Trabalho Infantil. Segundo Maranhão, R$ 350 mil serão gastos por mês. "Sabemos que uma criança ganha na carvoaria até R$ 20,00 ao mês. Esperamos que a bolsa-auxílio seja atraente na medida em que surge uma oportunidade de garantir a inclusão num mercado de trabalho diferente de onde ela está hoje por meio do acesso à escola". Estudo feito em setembro do 95 pelo governo estadual mostra que 2.500 crianças, incluindo menores de seis anos, trabalham nas 364 empresas carvoeiras no Estado. Um cadastro deverá ser elaborado em março para detectar onde e como vivem as crianças carvoeiras e quantas estão fora das escolas. Doenças O monóxido de carbono liberado na queima parcial do eucalipto para fabricação do carvão é um elemento depressor do sistema nervoso central que pode levar à morte, segundo a engenheira em segurança no trabalho Maria da Glória Vieira Lorenzzetti, 45. "Eles ficam muito tempo expostos ao sol e à fumaça, pois vivem perto dos fornos. Em determinados momentos trabalham com febre e não percebem", diz. Segundo ela, a fuligem se deposita na pele, causando dermatite. O que vai para o pulmão provoca inflamações nesse órgão, além de alergia e doenças como bronquite. Texto Anterior: Setor de laranja combate trabalho infantil Próximo Texto: Encontro reúne 250 entidades em Brasília Índice |
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