São Paulo, domingo, 3 de março de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ex-feirante diz preferir asilo
DA REPORTAGEM LOCAL "A comida é japonesa, o ar é puro e todo mundo só fala japonês".Assim a feirante aposentada Haru Sakai, 88, justifica sua preferência por um asilo de idosos japoneses em Suzano (35 km a leste de São Paulo). "Eu poderia morar com um dos três filhos que ainda estão vivos, mas é melhor deixá-los em paz, né?", comenta Haru, viúva há sete anos. Nascida na província de Akita, norte do Japão, Haru imigrou para o Brasil em 1927. Veio acompanhada do marido, de um irmão e dois filhos -um de um ano e oito meses e outro de quatro anos. A família foi morar em Bauru, na região central do Estado, 345 km a noroeste da capital. "Sofremos muito. No começo não tínhamos nenhuma terra, trabalhávamos só para os outros", conta ela. Com o passar do tempo, a situação financeira da família foi melhorando. "Compramos um pequeno sítio e passamos a vender nossos próprios legumes e verduras nas feiras de São Paulo", relembra. Todos os dias, Haru colhe verduras na hora do asilo e ajuda na preparação dos pratos japoneses, além de assistir à televisão, sua atividade favorita. A estadia da imigrante na casa de repouso custa R$ 400 por mês. Essa despesa é dividida pelos três filhos de Haru. Ela diz adorar o lugar, onde mora há três anos. "Hoje não voltaria para o Japão. Já tenho muitos vínculos aqui no Brasil", diz. Texto Anterior: Doação sustenta entidades beneficentes Próximo Texto: Aluguel de m2 custará R$ 50 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |