São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996 |
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Malha Oeste da Rede fica com o capital estrangeiro
FRANCISCO SANTOS
Foi o primeiro leilão de privatização brasileiro vencido pelo capital estrangeiro. Os norte-americanos ganharam uma disputa de 53 minutos com um consórcio de empresas brasileiras, ficando com a Malha Oeste por R$ 62,36 milhões (3,59% acima do preço mínimo). Vão pagar apenas 10% à vista e, o restante, em 30 anos. O grupo vencedor tem 60 dias para constituir a empresa que vai operar a Bauru-Corumbá. O governo federal comemorou intensamente o êxito do leilão, a ponto de o ministro do Planejamento, José Serra, ter dito que foi o mais importante desde o da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). A Malha Oeste é a primeira das seis partes em que foi dividida a Rede Ferroviária Federal para privatização. O consórcio dos EUA terá concessão de 30 anos para operar a Malha Oeste e arrendará os trilhos e material rodante (vagões e locomotivas) pertencentes à Rede Ferroviária. O grupo se compromete ainda a investir US$ 89 milhões nos cinco primeiros anos da concessão e US$ 359 milhões em 30 anos. A Malha Oeste possui 1.621 km de trilhos que incluem, além do trecho Bauru-Corumbá, um ramal ligando Campo Grande a Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Em Corumbá, ela se interliga com a Empresa Nacional de Ferrocarriles, da Bolívia, alcançando a cidade de Santa Cruz de La Sierra. A Malha teve em 95 prejuízo de R$ 18,09 milhões (faturamento de R$ 38,36 milhões contra despesas de R$ 56,45 milhões). Compradores Segundo Samuel Pryor, diretor de Administração do Noel Group, o consórcio comprador é formado, além da sua empresa, pelo Chemical Bank, Bank of America e pelas empresas de pequenos investidores Brazil Rail Partners e Western Rail Investors. O principal técnico do grupo, Edwards Moyers, disse que o consório tem interesse em participar de outras privatizações no setor, mas não especificou quais. A próxima malha a ser privatizada é a Centro-Leste, que corta os Estados de Minas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Goiás. Texto Anterior: Saber jurídico Próximo Texto: Serra defende financiamento Índice |
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