São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996
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Magalhães Pinto morre aos 86 no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador de Minas Gerais e ex-ministro das Relações Exteriores José de Magalhães Pinto, 86, morreu às 16h30 de ontem no hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio.
Fundador do Banco Nacional, Magalhães Pinto havia sido internado na sexta-feira, vítima de uma hemorragia digestiva.
Ontem à tarde, ele sofreu uma parada cardíaca e, pouco depois, morreu.
O enterro do ex-governador mineiro será às 15h de hoje, no cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.
Magalhães Pinto deixou seis filhos. Entre eles, Ana Lúcia, casada com Paulo Henrique Cardoso, filho do presidente Fernando Henrique Cardoso. Seus filhos Eduardo e Marcos o sucederam na direção do Nacional.
Derrames
Em 1985, quando exercia mandato de deputado federal, Magalhães Pinto sofreu dois derrames cerebrais em um intervalo de poucos dias.
Na ocasião, ele estava em sua casa em Cabo Frio, no litoral norte do Rio.
Os derrames, que atingiram os dois lados do cérebro, fizeram com que ele passasse os últimos 11 anos confinado em seu apartamento na avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul do Rio.
Apesar dos derrames, ele conseguiu manter a lucidez ainda por muitos anos.
O advogado Sérgio Bermudes afirmou que, nos últimos tempos, ele tinha dificuldades em reconhecer até mesmo seus filhos.
Bermudes afirmou que o ex-governador não chegou a tomar conhecimento da crise que envolveu o Nacional.
Meses antes dos derrames, Magalhães Pinto comparecera ao Congresso Nacional para votar em Tancredo Neves para a Presidência da República (na época, as eleições para a Presidência eram indiretas).
Tancredo foi seu antigo adversário na política mineira.
Velório
O corpo de Magalhães Pinto chegou à capela 2 do cemitério às 18h50. A primeira pessoa a chegar ao velório foi o advogado Adilson de Oliveira, que se disse amigo do ex-governador havia 40 anos.
O ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Cultura José Aparecido de Oliveira afirmou que a atuação política de Magalhães Pinto foi "marcada pela coragem".
"Ele sempre arriscou tudo, sempre", afirmou Aparecido.
Ao deixar o velório, às 19h40, o presidente do Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro, Teóphilo de Azeredo Santos, afirmou que Magalhães Pinto era "um homem de caráter e um empresário vitorioso, que tinha a marca do sucesso".

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