São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996
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PR produzirá em 6 meses nova vacina contra a raiva

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O Paraná deve iniciar em seis meses a produção de uma nova vacina anti-rábica para uso humano.
A vacina será produzida a partir de substâncias extraídas das células de rins de macacos. Atualmente, o Tecpar (Instituto Tecnológico do Paraná) produz a vacina a partir de cérebros de camundongos recém-nascidos.
A nova tecnologia será repassada por técnicos do Instituto Pasteur Mérieux, com sede em Lyon, na França, aos técnicos do Tecpar.
O Instituto Pasteur Mérieux é líder mundial na produção de vacinas e investe, por ano, USŸ 120 milhões em pesquisa e desenvolvimento de produtos para a saúde.
A nova vacina deverá ser mais eficiente e apresentar menor risco de reações no ser humano, segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Paraná e presidente do Tecpar, Alex Beltrão.
Ele disse ontem que os primeiros resultados da pesquisa com uso da nova tecnologia serão conhecidos em setembro.
O Tecpar produz 100% da vacina anti-rábica canina e 80% da vacina para uso humano utilizada no Brasil. O instituto é o principal fornecedor de vacinas anti-rábicas para o Ministério da Saúde.
São produzidas anualmente pelo instituto 21 milhões de doses da vacina canina e 2,1 milhões de doses da vacina para uso humano.
O presidente do Instituto Pasteur Mérieux, Jean Jacques Bertrand, disse que é a primeira vez, em cem anos de atividades, que o instituto francês assina contrato de repasse de tecnologia. "É a primeira vez que assinamos um protocolo desse gênero e ocorre num momento em que comemoramos 200 anos da invenção da vacina", disse Bertrand.
Bertrand disse que, no final da década de 70, quando ocorreu uma epidemia de meningite no Brasil, o instituto francês desenvolveu a tecnologia de produção em massa da vacina contra a doença.
O diretor-técnico do Tecpar, Júlio Felix, afirmou que para tratar uma pessoa infectada pela raiva são necessárias dez doses da vacina que hoje é fabricada pelo instituto paranaense.
Com a vacina produzida a partir da tecnologia francesa, Felix afirmou que o mesmo tratamento poderá será feito com apenas cinco doses. "São reduzidos os custos e os traumas no paciente", explicou o diretor.
Além desse estudo, o Instituto Pasteur Mérieux está desenvolvendo novas pesquisas para um terceiro tipo de vacina anti-rábica.
Quando os estudos forem concluídos, o que deve ocorrer até dezembro, Bertrand disse que há possibilidades de a tecnologia também ser transferida ao Tecpar.
O secretário estadual de Saúde, Armando Raggio, afirmou que a raiva canina está sob controle no Paraná devido às frequentes vacinações realizadas pela equipe de Vigilância Sanitária. Segundo ele, não há registro de raiva humana no Estado nos últimos 15 anos.

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