São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996 |
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O arguto Serjão
FERNANDO RODRIGUES Brasília - O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, chega hoje ao Japão para receber boas notícias. Os japoneses querem investir bilhões no sistema telefônico brasileiro.O Banco de Importação e Exportação do Japão, o Eximbank, tem propostas de cinco consórcios interessados na telefonia celular brasileira. Valor total dos projetos japoneses: U$ 5 bilhões. É menos do que o rombo do Banco Nacional, mas é dinheiro em qualquer lugar do mundo. Têm interesse na telefonia celular brasileira os seguintes grupos: Sumitomo, Mitsubishi, Mitsui, Nisho Iwai e Itochu. São os cabeças de consórcios envolvendo outras empresas. Sérgio Motta recebe hoje uma carta do governador do Eximbank, Hiroshi Yasuda. O banco japonês expressará seu interesse em participar dos financiamentos para telefonia no Brasil. O ministro brasileiro foi para o Japão porque o presidente Fernando Henrique Cardoso estará visitando aquele país na semana que vem. Motta provou, mais uma vez, que é o ministro mais afinado com FHC. O presidente convidou quatro ministros para acompanhá-lo na viagem ao Japão, considerada pelo governo a mais importante deste ano. Em janeiro passado, o Itamaraty convocou representantes de todos os ministérios para verificar quais programas de cooperação estavam prevendo com o Japão. Exceto telecomunicações, pouco foi dito. Há, claro, promessas seculares de empréstimos para projetos públicos. O governo tentará colocar uma roupagem nova nessas ofertas de dinheiro. Mas a prudência manda, nesse caso, só acreditar na hora do desembolso. Já Sérgio Motta retornará do Japão com negócios mais concretos para a sua área. Quem sabe, anima-se e apressa a regulamentação para a entrada do setor privado em telefonia. A viagem ao Japão, para Serjão, terá um sabor estranho. Aumentará seu prestígio junto a FHC e sua vontade de ficar onde está. E pode ser um momento para refletir se vale mesmo a pena disputar a Prefeitura de São Paulo. Texto Anterior: Erro e incompetência Próximo Texto: Os podres e as reformas Índice |
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