São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996
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FHC lança plano para incentivar turismo

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou ontem a sua política nacional para o turismo, que pretende fazer com que o Brasil receba em 1999 pelo menos 3,8 milhões de visitantes por ano -a mesma quantidade que a Argentina recebe hoje.
No ano passado, o Brasil recebeu cerca de 2 milhões de turistas estrangeiros, segundo estimativa da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo).
Os principais pontos da nova política são: melhoria da infra-estrutura básica nas regiões turísticas, aperfeiçoamento da qualidade dos serviços e treinamento de mão-de-obra, alterações na legislação para melhor atendimento aos turistas e aumento dos investimentos em marketing e promoções.
Entre os programas está o investimento de R$ 1 milhão numa campanha de marketing -tanto para atrair turistas estrangeiros como para conscientizar os brasileiros a tratá-los bem.
Para os estrangeiros, as prioridades de divulgação serão Rio de Janeiro, Nordeste, região Amazônica, Foz do Iguaçu, turismo histórico e de pesca, ecoturismo, sol e praia.
O presidente da Embratur, Caio Carvalho, diz que o baixo índice deve-se à desorganização do setor.
"O turismo tem valor porque gera emprego e poucas atividades geram emprego como o turismo", disse FHC, para uma platéia de aproximadamente 800 pessoas ligadas ao setor. Ele assumiu o papel de garoto-propaganda do Brasil.
"Eu viajo bastante e vou continuar viajando, porque isso é importante para o Brasil. Isso chama a atenção para o Brasil. Quem sabe posso ajudá-los na propaganda do Brasil", afirmou o presidente.
No Brasil, a prioridade será dada aos 1.570 municípios identificados pela Embratur como de potencial turístico. Para eles, foi criado o Programa Nacional de Municipalização do Turismo, que já atende a cerca de 600 deles.
Estes municípios têm à disposição mão-de-obra treinada para o setor, além de acesso a recursos de financiamentos.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem crédito de R$ 1 bilhão (já usou R$ 250 milhões) para projetos da iniciativa privada para o setor.
"Partimos da idéia de que é o prefeito e a sociedade local que têm de estar comprometidos com a política do turismo", disse a ministra Dorothea Werneck (Indústria, Comércio e Turismo).
Outro programa lançado ontem é o de sub-regionalização do serviço aéreo, o que permitirá inicialmente que os 28 aeroportos internacionais do Brasil sirvam para ligar com outros aeroportos do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai).

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