São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996
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Passado que se esconde

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Os filmes R.W. Fassbinder constituem um documento significativo sobre a Alemanha do pós-guerra, apreendida em suas entranhas.
"O Casamento de Maria Braun" (Multishow, 22h30) não foge a esse resultado de conjunto, embora se distinga pela amplitude do quadro que enfoca.
Maria Braun (Hanna Schygulla) é a própria Alemanha: empobrecida e prostituída pela derrota na guerra. Mas é também o fantasma que se reergue novamente, em pouquíssimo tempo.
No entanto, se esta nova prosperidade -pelo casamento do passado com o presente- esconde as marcas do passado, não as elimina. Elas permanecem em estado latente, ativas. É frequente fazer a associação entre uma personagem e uma nação ou cultura.
Um dos méritos de Fassbinder terá sido promover essa aproximação sem que a personagem se tornasse uma abstração. Há outros, que quem ainda não viu "Maria Braun" comprovará.
IA

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