São Paulo, sábado, 9 de março de 1996
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Rodada chegou à média de 4,75 gols por jogo

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, a última rodada do Paulistão apresentou a média de quase cinco gols por jogo.
Para ser mais exato, 4,75 gols por partida. Na era da estabilização da economia, há uma inflação de gols no fut. Ôba!
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Muita gente boa andava explicando a excelente média de gols no Paulistão pela razão mais simplista.
Dizia-se que os grandes voltaram a ser maiores e os pequenos, menores. Daí, as insopitáveis goleadas.
Diante dessa teoria, como explicar que o Botafogo, do Tito Biaggi (que espera o São Paulo, amanhã, no "quintal" da sua casa), tenha enfiado seis gols no América?
E que um jogo entre o XV de Jaú e o Araçatuba tenha atingido a cifra de seis gols?
Uma das explicações, pode crer, ainda está nos três pontos por vitória. Foi a melhor mudança introduzida no futebol, desde que se proibiu o goleiro de pegar com as mãos a bola passada pela própria defesa.
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Santos e Corinthians ensaiaram uma boa recuperação no meio-da-semana, ambos alvinegros impondo quatro gols nos adversários.
A esta altura, está muito difícil tirar do Palmeiras o título do primeiro turno (se é que é primeiro turno).
Mas, se alguns times, como os mencionados, conseguirem um desempenho mais regular (regularidade apresentada pela boa Lusinha, por exemplo), o segundo turno tem tudo para deixar ainda melhor o Campeonato Paulista. A ver.
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Você acha que a Lazio, o Deportivo La Coruña e o Estrasburgo, por exemplo, são melhores do que os times do Palmeiras, do Corinthians e do Botafogo, só para citar alguns clubes brasileiros?
Pois bem, no ranking da Federação Internacional de História e Estatística de Futebol, as equipes européias citadas estão classificadas entre os 20 melhores times do mundo.
Entre os brasileiros, aparece (com todos os méritos, aliás) apenas o Grêmio, em quarto lugar, com 298,5 pontos.
Este ranking revela o quanto de má vontade a metodologia da tal Federação reserva para os times sul-americanos.
Mas, entre os próprios europeus, a metodologia não consegue se aproximar da realidade recente dos clubes.
O Ajax, por exemplo, que ganhou tudo nas última temporada, está em segundo lugar.
Já o Milan, que agora se recupera, mas, que, andava em grande baixa, continua, placidamente, em primeiro lugar, com 345 pontos.
Estatísticas ajudam muito no esporte. Mas, quando atrapalham, atrapalham pra valer.
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Aliás, eu e o Pratinha já combinamos um encontro para tremer o interior, entre o Elefante da Noroeste e o Touro do Vale -também conhecido como Tricolor da Paz.
O diabo, minha gente, é que assim como Atlético de Lins, o Barretos Bull's anda numa tanga danada. Mas, um dia, a gente faz o jogo. Se faz.

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