São Paulo, sábado, 9 de março de 1996 |
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Testes levam Taiwan a fazer ameaças
JAIME SPITZCOVSKY
A China disparou ontem três mísseis terra-terra, como parte de exercícios militares em águas próximas a Taiwan. O governo de Taiwan protestou contra a "brutal intimidação". O objetivo do governo chinês é intimidar os eleitores de Taiwan para que não reelejam o presidente Lee Teng-hui na votação do dia 23. É a primeira eleição presidencial direta da história de Taiwan. Apesar da pressão chinesa, Lee Teng-hui deve vencer. A China o acusa de levar Taiwan à independência e afastá-la da reunificação. A separação entre China e Taiwan aconteceu em 1949. Nacionalistas e comunistas defendem a reunificação. Mas Lee Teng-hui argumenta que a China precisa se democratizar antes de Taiwan se submeter novamente ao poder de Pequim. O chanceler chinês, Qian Qichen (pronuncia-se tchian tchitchen), disse que, se os grupos pró-independência, apoiados por forças internacionais, insistirem em se separar haverá um "real desastre". A China ameaça invadir Taiwan caso a ilha declare independência e renuncie ao objetivo da reunificação. Lee Teng-hui nega estar buscando a independência. Os exercícios, iniciados ontem vão até o próximo dia 15. Envolvem áreas próximas aos dois principais portos da ilha. Os portos não foram fechados, mas a rádio de Taiwan pediu aos pescadores que evitassem a região. A imprensa de Hong Kong publicou planos chineses para continuar os testes após as eleições. A tensão encobriu Taiwan desde terça-feira. Houve corrida aos bancos para retirada de dólares. Também registrou-se aumento na venda de ouro. Em clima de pré-guerra, supermercados de Taiwan aumentaram a venda de alimentos. A população está estocando arroz. Próximo Texto: Nacionalismo chinês ameaça boom econômico Índice |
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