São Paulo, domingo, 10 de março de 1996 |
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Caminho das pedras; Vara curta; Tucano encurralado; Falando outra língua; Ingratidão dói; Para gregos e troianos; Quebra canela; Caso raro; Fim da farra; Patrocínio; Experiência de vida; Não passará; Curto-circuito; Apoio popular; Já era tempo; De meter medo; Quem?
DE METER MEDO Caminho das pedrasUm aliado do governo diz que FHC não terá apoio sólido enquanto ficar longe dos governadores. "A política partidária é falha. Ainda mais com líderes fracos como Sérgio Machado e Élcio Álvares", avalia o aliado. Vara curta O mesmo cacique, do PFL, diz que a derrota de FHC no Congresso não foi inútil. "Foi educativa para o Fernando. Ele não tinha o direito de esculhambar o Sarney com a história dos marimbondos. Levou o troco." Tucano encurralado Para Amin, a única chance de o governo evitar a CPI dos bancos é torná-la desnecessária. "Se o governo não mostrar serviço, punindo culpados, nem o PSDB deixará de indicar seus nomes." Falando outra língua Lula e Zé Dirceu dizem que não interessa à oposição uma CPI de todo o sistema financeiro. Afirmam que querem investigar as falcatruas no Nacional. "Falar em CPI geral é chantagem da base governista", afirma Lula. Ingratidão dói Não foi o fisiologismo de governistas nem o comportamento da oposição o que mais irritou FHC. O presidente não aceita desculpa de aliado que votou contra o governo na reforma da Previdência por razões eleitorais. Para gregos e troianos Para o Planalto, não dá para deputado fazer discurso como: "Sou defensor do Real. É uma beleza o frango barato e a inflação baixa. E votei contra a reforma da Previdência pelo povo". Quebra canela Com as derrotas do governo no Congresso, a bancada tucana reforçou a defesa do nome do deputado Arthur Virgílio (AM) para a presidência do PSDB. A avaliação é que ele "divide bola". Caso raro Eduardo Azeredo (PSDB-MG) era um dos poucos governadores que podia dizer que a bancada de seu Estado não criou problemas a FHC: "Os deputados ignoraram o imediatismo eleitoral". Fim da farra O BC resolveu bloquear, com "exigências administrativas", uma série de emissões de bônus de empresas brasileiras no exterior. Procura conter a enxurrada de dólares no país e o aumento da dívida externa privada. Patrocínio A indicação de Gesner de Oliveira para a presidência do Cade saiu de Pedro Malan (Fazenda). Experiência de vida Medeiros, da Força Sindical, avisa que fica contra o governo se o projeto original de reforma da Previdência for remendado e enviado ao Congresso. O sindicalista começa a negociar na terça. Na última chance, aderiu na hora. Não passará Vicentinho, da CUT, diz que o projeto do governo para a reforma da Previdência não passa. Nem recheado com todas as emendas do PT. 'O governo vai precisar ter mais calma'. Curto-circuito As mágoas do imbróglio da Previdência demorarão a desaparecer. Não é prudente, por exemplo, convidar Vicentinho e Meneguelli para a mesma festa. Apoio popular Circula no Planalto a idéia de arranjar manifestações favoráveis a FHC em suas visitas aos Estados. Amigos do presidente querem opor aplausos às vaias que julgam ordenadas pela CUT. Já era tempo O Planalto não convive bem com as críticas. Outra proposta em curso nos gabinetes próximos de FHC é a de não deixar denúncia na imprensa sem resposta. Mesmo que não passe de um registro na seção de leitores. O xerife Romeu Tuma mandou fazer um levantamento das trocas de tapas e desaforos entre senadores desde a reabertura do Congresso. Depois de avaliar cada caso, a Corregedoria do Senado vai recomendar providências. Quem? A soberba do governo e de seus líderes não deu importância aos deputados do chamado baixo clero. Na véspera da derrota, a influente Marisa Serrano (PMDB-MS) dizia que a reforma da Previdência não passaria. TIROTEIO - A arrogância do presidente fez ele vender ao país um acordo que só existia na cabeça dele e dos sindicalistas. Faltou combinar com os deputados. Próximo Texto: Amigo fiel Índice |
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