São Paulo, domingo, 10 de março de 1996 |
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Dioceses têm 'imobiliária'
XICO SÁ
Embora tenha reduzido o número de transações nos últimos anos, os padres e os seus aliados ainda costumam vender, trocar e principalmente receber imóveis doados por católicos. Uma pesquisa feita pela Folha em cartórios do interior de São Paulo mostra como funciona essa "imobiliária" em algumas cidades. São histórias como a do católico Pedro Catapano, da cidade de Mogi das Cruzes (50 km a leste de São Paulo), que doou dois terrenos de 430 metros quadrados à igreja, em 1978, e ainda fez uma rifa de um terceiro. A renda do sorteio -realizado com os números da Loteria Federal, como informa a escritura-, foi também doada à igreja em Mogi das Cruzes. Garantia As escrituras das doações feita pelos fiéis quase sempre trazem uma observação: os imóveis devem ser utilizados para fins religiosos, como a construção de uma igreja ou moradia para padres e freiras, por exemplo. Somente no município de Mogi das Cruzes, estão em poder dos padres cerca de 40 imóveis (pequenos terrenos, prédios e casas), segundo mostram documentos dos cartórios. Nesta cidade, a igreja fez uma transação imobiliária mais arrojada em 1989, quando registrou em seu nome a aquisição de 17 apartamentos no conjunto habitacional João Paulo 2º. Os apartamentos -com dois quartos e área útil de 54 metros quadrados- pertenciam à construtora LH Engenharia. Em 1990, segundo registro dos cartórios, os imóveis foram repassados para uma entidade de caridade ligada à igreja, o Instituto Mogiana de Assistência Social. Fazer permuta de terrenos ou imóveis com as prefeituras municipais é também uma prática comum das arquidioceses, paróquias e entidades administradas pela Igreja Católica. Texto Anterior: Prédio da igreja no Rio abriga cinema pornô Próximo Texto: Bispo defende doação de terras da igreja Índice |
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