São Paulo, domingo, 10 de março de 1996
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Executivo permanece 8 horas em cima do capô e não se suja

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

O executivo Eliseu Martins foi uma das muitas vítimas da última enchente na rua Alvarenga, na segunda-feira à noite.
A caminho da USP, onde ensina contabilidade, Martins se viu de repente encurralado pelo congestionamento de veículos e pela água, que subia lentamente.
Eram 20h30 quando Martins, acompanhado do filho Vinicius, decidiu estacionar o carro em frente à Regatta, uma loja de equipamentos náuticos.
Em pouco tempo, a água atingiu cerca de 30 centímetros, começando a entrar no Ômega do executivo. A esta altura, Martins já tinha subido no teto do carro.
"O pior ocorreu por volta de uma da manhã, quando a água chegou no capô", lembra Martins, que é diretor do Mappin.
Pelo celular, Martins avisou a família sobre o naufrágio na rua Alvarenga. "Depois, virei telefonista. Meu telefone serviu para outras pessoas que estavam na mesma situação", conta.
Imóvel no alto do carro, Martins conseguiu escapar ileso da enchente. "Optei por passar sono e não me molhar. Fiquei acordado, mas saí praticamente sem sujar o terno e os sapatos".
Como outros "náufragos", seu filho optou por se refugiar em um dos barcos expostos no "show-room" da Regatta, onde dormiu um pouco.
Resgatados às cinco da manhã por um carro da CET (Companhia de Engenharia do Tráfego), o executivo e seu filho ao menos receberam uma boa notícia ao chegar em casa: a polícia havia acabado de avisar que encontrara o carro de Vinicius, roubado dois dias antes.
(MSy)

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