São Paulo, domingo, 10 de março de 1996
Texto Anterior | Índice

Governo estuda construção de piscinões no Butantã

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura e o governo do Estado estão estudando a construção de piscinões para tentar acabar com as enchentes provocadas pelo córrego Pirajussara, na zona oeste de São Paulo.
Segundo o secretário estadual dos Recursos Hídricos, Hugo Marques da Rosa, ainda não se sabe o local nem a quantidade de piscinões necessários na área.
"Aquela região é muito urbanizada. Eu e o secretário Reynaldo de Barros (secretário municipal de Vias Públicas) vamos sobrevoar a área nas próximas semanas", disse.
Rosa não descarta a necessidade de serem feitas desapropriações para a realização da obra. "Teremos que estudar as condições", afirmou. Segundo o secretário, todo o investimento e a execução da obra estariam a cargo das prefeituras de São Paulo e Embu (Grande São Paulo).
A iniciativa faria parte de um convênio que está sendo estudado entre Estado e prefeituras para o combate às enchentes.
"Antigamente, se resolvia o problema canalizando córregos, ou seja, aumentando o escoamento da água. Agora, achamos que a solução é reter a água da chuva", disse.
A alternativa estaria de acordo com o Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, que está sendo preparado pelo governo do Estado. O documento será uma espécie de plano diretor dos recursos hídricos na região metropolitana. Uma das diretrizes básicas é o fim das canalizações a médio prazo.
A proposta é apoiada pelo governador Mário Covas (PSDB). "Canalização só transfere a enchente de lugar. Esse é o primeiro plano que envolve várias secretarias e trata do assunto a médio prazo", afirmou Covas.
O plano lista o combate a problemas estruturais da cidade como as deficiências na coleta de lixo e a saturação de aterros sanitários e lixões. Além disso, coloca como ponto básico a não-urbanização de áreas de várzea, ou seja, junto a rios, córregos e ribeirões.
O documento determina ainda várias mudanças na legislação estadual e municipal. Uma delas seria a criação de uma nova taxa sobre impermeabilização do solo, que incidiria a todas as construções. O dinheiro dessa taxa seria revertido a um fundo, também criado pelo plano, e só poderia ser usado para ações de combate às enchentes.

Texto Anterior: Empresário faz tudo para evitar perda de tempo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.