São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Técnicos latinos

CIDA CAMPOS

CIDA SANTOS
O vôlei vive tempos de decisão. No masculino, Olympikus-Telesp e Report/Suzano confirmam nas semifinais porque são os donos das melhores campanhas da Superliga.
Os dois times têm os atacantes com as mãos mais pesadas destas terras brasileiras: Marcelo Negrão e Gílson.
E, no banco, corre o sangue latino de dois técnicos: Bebeto de Freitas e Ricardo Navajas.
No Olympikus, a turma parece rendida ao carisma de Bebeto, que, depois de cinco temporadas na Itália, voltou a dirigir um time brasileiro. No banco, vibra, dá bronca, sofre com a partida.
No jogo de sexta, contra o Frangosul, por exemplo, Toaldo pegou a placa errada na hora da substituição e não pôde entrar em quadra. Resultado: ouviu uma bronca irada do técnico.
Toaldo, que pela primeira vez está trabalhando com Bebeto, diz que ele é assim mesmo: cobra muito, mas também quando o jogador acerta, derrama-se em elogios. "Nunca tinha visto um técnico elogiar assim um atleta", fala Toaldo.
Na preleção, o atacante aponta outra diferença: Bebeto jamais fala "temos que ganhar", mas "vamos ganhar".
O Suzano, do técnico Navajas, tem duas vitórias sobre o Chapecó e caminha como favorito para disputar sua quarta final seguida da Superliga.
O surpreendente é que, neste ano, ele reformulou quase todo o time e, mesmo assim, continua vencendo.
Sem poder contar com nenhum dos titulares da seleção campeã olímpica, ele trouxe dois russos da pesada: Chichkine e Olikhver.
No sábado, Navajas pôde voltar a dirigir do banco, depois de cumprir três jogos de suspensão.
Impulsivo, rígido com seus atletas, ele é um show à parte nos jogos, com suas caras e gritos. Navajas diz que está tentando controlar o temperamento, contando até dez antes de falar. Nem sempre tem sucesso.
O certo mesmo é que, na quadra, ele tem colhido vitórias.

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