São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Reação diante da perda varia

DA REPORTAGEM LOCAL

A reação diante da morte de um amigo querido pode variar muito. Segundo o psiquiatra Alexandre Sadeeh, o importante é que a pessoa não fuja da dor.
Quando o seu melhor amigo, Dinho, morreu, Denise Stuckembruk não teve dúvidas. Pegou um avião e foi para Brasília, onde o amigo morava. "Queria acreditar que aquilo tinha acontecido", diz.
Ela montou um álbum com fotografias dele e guarda toda a correspondência que eles trocaram ao longo de dez anos de amizade.
Denise diz que sempre lembra do amigo. "Quando eu soube que os Mamonas Assassinas tinham morrido pensei que se ele fosse vivo, teria sido fã dos Mamonas", diz.
Ela continua a manter contato com a família de Dinho, em especial com filho dele, Pedro, 3. "Não vou perder esse contato nunca. Se um dia for preciso, eu ajudo a criar o Pedro", diz.
Os irmãos Milton de Souza, 21, e Marcelo, 22, preferem não falar muito de Ricardo, amigo deles morto ano passado.
"Quando estamos junto com os amigos preferimos nem tocar no assunto. Senão fica todo mundo chateado", diz Marcelo.
Mas a lembrança está presente. "O Ricardinho andava de mobilete para cima e para baixo. Não posso ouvir um barulho de mobilete que fico arrepiado", diz Marcelo.
Milton conta que a turma deles praticamente acabou depois da morte do amigo Ricardo."Não faz mais sentido a gente ficar de bobeira na rua", diz.

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