São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Indy reforça a segurança contra 'bicão'

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de seguranças que trabalharão neste fim-de-semana na área interna do autódromo Nelson Piquet, no Rio, durante a Rio 400, é maior até que em grandes eventos da Indy nos EUA. Segundo Renato Mendes, coordenador geral de produção da corrida, 400 homens foram contratados para a tarefa.
A principal missão deles será conter os "bicões", pessoas que quiserem entrar em determinadas áreas do autódromo sem terem permissão para isso.
Nas 500 Milhas de Michigan, por exemplo, um dos maiores eventos da Indy nos EUA, a organização contrata cem pessoas para vigiar as áreas internas do autódromo e 200 para cuidar da região externa.
"Nosso maior problema serão as pessoas não credenciadas, que querem entrar onde não podem", disse Mendes.
Para a organização do evento, os furtos, uma verdadeira tradição nas provas de F-1 em Jacarepaguá, na década de 80 (leia texto abaixo), não devem preocupar. "Nosso público é diferenciado do que frequenta eventos esportivos em geral. Nosso conceito de segurança é dar conforto, com acessos fáceis a todos", afirmou o coordenador. Ainda assim, 40 homens foram especialmente selecionados para evitar o sumiço de bens. O controle será "psicológico". "São homens que circularão ostensivamente no paddock e que têm condições de inibir, apenas com a conversação, qualquer ação danosa", disse o coordenador. Ou seja, trata-se de 40 grandalhões, contra as ordens de quem não haverá contestação. "São homens fortes", contou Mendes.
Nos EUA, a preocupação é outra. "Orientamos os seguranças a notar quem está bebendo muito, para evitar que essa pessoa cause qualquer confusão", contou Barry Gibson, responsável pela segurança no Michigan International Speedway. Gibson controla também a segurança no Nazareth Speedway, outro circuito oval onde há provas de Indy. "Lá, contratamos a metade de pessoas para cuidar da segurança do que em Michigan", disse ele.
Assim como nos EUA, a polícia vai colaborar na área externa ao autódromo de Jacarepaguá.
No domingo, haverá mil homens trabalhando nas imediações da pista, especialmente no controle de tráfego de automóveis.
Dentro da "área restrita", região próxima ao autódromo onde só entrarão carros e pessoas autorizados, 330 policiais militares atuarão.
Além disso, 172 bombeiros foram escalados para o dia do evento.
Haverá, ainda, um pequeno número de policiais civis no autódromo, os quais encaminharão um eventual transgressor à delegacia mais próxima.
Os promotores da Rio 400 não garantem segurança pessoal a pilotos ou donos de equipes. Quem quiser, terá de contratar alguma empresa particular que preste o serviço.
A organização da prova diz que trabalha com um conceito de segurança diferente do da F-1, já que a Indy proporciona maior aproximação entre público e pilotos.
"Isso nos dará menos trabalho, porque se quebra a expectativa gerada pela barreira inibidora. Quando é proibido chegar até os pilotos, todos querem fazê-lo de alguma forma", afirmou Mendes.
"Nossos homens permitirão o contato, a não ser que alguma equipe requisite o contrário", completou ele.

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