São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ecos da goleada

JUCA KFOURI

A impressionante goleada corintiana sobre o São Paulo entra para a história desse clássico que completará 60 anos no dia 23. Nunca o jogo havia terminado com cinco gols de diferença, embora um clube tenha marcado cinco no outro em três oportunidades: 5 a 1 para o São Paulo em 1946 e 5 a 1 para o Corinthians em 1947 e 1958. Houve, ainda, quatro 4 a 0. Em 1944, 1959 e 1980 para o tricolor e em 1951 para o alvinegro.
Se os são-paulinos não têm nada a fazer além de amargar a humilhação até poder devolvê-la um dia, aos corintianos, quem sabe, a goleada pode servir como alento para tomar conta do Pacaembu amanhã na estréia da Libertadores contra o Botafogo.
O problema é que deverá servir, também, para o Corinthians cometer a bobagem de não se poupar na sexta-feira diante da Portuguesa.
*
A coisa andou mais feia do que se pensa na Vila Belmiro. Edinho reclamou com Giovanni, pedindo mais esforço depois de perder do América.
O craque não gostou e devolveu mandando o goleiro aprender a sair do gol. Edinho se enfureceu e partiu para cima do companheiro que só não apanhou muito porque a turma do deixa disso apartou.
No dia seguinte, para felicidade santista, Giovanni telefonou a Edinho pedindo desculpas.
*
Aqui foi escrito, em dezembro, que clube com sonhos de grandeza não pode vender sua alma, uma referência à tentação santista de vender Giovanni por US$ 5 milhões à época. Veja como às vezes vida de cartola é dura.
Nem bem passados três meses, quanto está valendo o passe do paraense? Menos mal que a má fase de Giovanni só pode ser passageira e que assim que ele puser a cabeça no lugar seu grande futebol há de reaparecer. Porque é óbvio que Giovanni não esqueceu tudo o que sabe e que está passando apenas pelo deslumbramento típico de quem virou ídolo e ficou rico de uma hora para outra. Nada que um bom psicólogo não possa ajudar a resolver.
*
O Botafogo hoje é inferior ao que foi campeão brasileiro com a ajuda involuntária de Márcio Rezende de Freitas, apontado como o melhor do país. Se quem tem Túlio não precisa de apito, escalar o mesmo árbitro para a estréia brasileira na Libertadores, é, no mínimo, uma temeridade.

Texto Anterior: As favoritas; Os melhores; Porta da NBA
Próximo Texto: Goleada gera 'problemas' na escalação corintiana
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.