São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Tribunal concede reajuste a lixeiros

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Tribunal Regional do Trabalho concedeu ontem reajuste salarial de 20,85% para os coletores de lixo em greve há três dias. A categoria reivindicava 55% e decide hoje, às 8h, em assembléia, se acata a decisão do TRT.
O tribunal decidiu conceder estabilidade de 90 dias para os coletores, desde que a categoria retorne até as 10h de hoje ao trabalho.
"Há uma tradição da categoria de acatar as decisões do TRT. O sindicato vai defender na assembléia o retorno ao trabalho", afirmou José Moacir Pereira, presidente do sindicato dos coletores de São Paulo.
Segundo a decisão do TRT, os coletores terão de repor os dias parados em forma de horas extras.
As empresas que fazem a coleta de lixo na cidade ameaçavam demitir hoje os coletores em greve. O prefeito Paulo Maluf havia recomendado a demissão de pelo menos 1.200 dos 12 mil funcionários.
Maluf se reuniu com os empresários que fazem a coleta de lixo e pediu a eles que hoje fossem demitidos de 10% a 15% dos grevistas caso a paralisação continue.
São Paulo gera diariamente 13 mil toneladas de lixo, sendo 9.000 toneladas domiciliares, 2.500 toneladas hospitalares e o restante industrial.
Em dois dias de greve, estima-se que deixaram de ser recolhidas pelo menos 7.000 toneladas de lixo domiciliar. A coleta de lixo hospitalar foi normal.
O sindicato dos trabalhadores recebeu a ameaça de demissão com indiferença, de acordo com o secretário-geral Edgar Clementino.
O movimento grevista, segundo patrões e empregados, atinge cerca de 70% e 80% da coleta de lixo.
Os bairros mais atingidos ontem foram os da zona sul e toda a região central da cidade, onde não houve coleta. As zonas oeste, leste e norte tiveram recolhimento de lixo muito próximo dos dias normais.

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sobre a greve à pág. 3-3

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