São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Inflação sobe para 0,47% em São Paulo

MAURO ZAFALON

MAURO ZAFALON; MARCOS CÉZARI
DA REDAÇÃO

Preços voltam a aumentar na primeira quadrissemana deste mês na capital, indica pesquisa da Fipe

A inflação voltou a subir em São Paulo, atingindo 0,47% na primeira quadrissemana de março. Em fevereiro, tinha sido 0,40%. Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Após a inflação dos serviços, dos alimentos e da educação, os paulistanos vivem a inflação das tarifas públicas. Dos 0,47%, só energia elétrica e telefone foram responsáveis por 0,38 ponto percentual.
Por isso, Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, não acredita no reajuste de 15% para os combustíveis. O aumento deve ficar próximo de 10%, afirma.
O economista também acha que não vai ocorrer novo reajuste de energia elétrica. O governo tem de dar o exemplo e promover reajustes apenas de ano em ano, diz.
Pressões atuais Dois setores foram responsáveis pela aceleração da inflação na primeira quadrissemana de março -últimos 30 dias terminados no dia 7: habitação e alimentação.
O reajuste médio da habitação foi de 2,39% (2,16% em fevereiro). As pressões no setor vieram de luz, com aumento médio de 7,35% no período, e de telefone (12,55%).
O preço dos aluguéis voltou a registrar taxa menor de aumento: 2,13% (3,08% em fevereiro).
Os alimentos, com queda de 0,16% no mês passado, subiram 0,24% neste início de março. Os produtos "in natura" voltaram a subir (0,96%) e os semi-elaborados caíram menos (-0,79%).
As quedas de preços no setor de vestuário se acentuaram: 6,14%, em média, na última pesquisa da Fipe. Em fevereiro, caíram 4,89%.
As maiores quedas no setor ficaram para roupas de mulher (-8,18%) e de criança (-7,69%).
Os demais setores pesquisados pela Fipe -transportes, despesas pessoais, saúde e educação- não tiveram grandes alterações.
A taxa de inflação vai continuar subindo. Na próxima semana deve atingir 0,6% e terminar março em 0,8%, desde que combustíveis e energia elétrica não tenham aumentos neste mês.
Se os combustíveis subirem, o índice de março vai captar parte do reajuste. Nesse caso, a taxa fica próxima a 1%, diz o economista.
Para março e abril, uma das maiores preocupações é vestuário. Os produtos do setor já caíram muito e qualquer mudança dos preços para cima dos novos produtos da moda outono-inverno vai pressionar a taxa de inflação.
Classe média
O custo de vida da classe média paulistana subiu 0,57% em fevereiro, segundo a Ordem dos Economistas de São Paulo. Em janeiro, a alta foi de 1,86%.
O índice de fevereiro é o menor dos últimos cinco meses. No acumulado do bimestre, o custo de vida subiu 2,44%. Nos últimos 12 meses, a alta é de 23,18%.
As quedas da alimentação e do vestuário, de 0,19% e 4,18%, respectivamente, foram as que mais contribuíram para que o índice ficasse baixo no mês passado.
Os gastos com habitação subiram 1,99%, devido aos aumentos do imposto predial, condomínio e energia elétrica. Os gastos com transportes aumentaram 0,86% e as despesas pessoais, 1,05%.
Educação subiu 2,27% (contra 18,21% em janeiro), devido ao reajuste das mensalidades escolares e dos livros didáticos. Despesas com saúde aumentaram 0,72% no mês.

Colaborou Marcos Cézari, da Reportagem Local

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