São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996 |
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Computador conquista Hollywood
MARINA MORAES
Embora nem sempre acertem, só apostam em projetos que, acreditam, serão sucesso de bilheteria. Assim, desde que os produtores de cinema perceberam a curiosidade do público voltada para a informática, as fábricas hollywoodianas passaram a lançar um ciberproduto atrás do outro. Mais de 20 filmes sobre computadores chegaram às telas de cinemas nos Estados Unidos em 1995. "The Net", "Hackers", "Virtuosity" e "Strange Days", só para citar alguns. O casamento do cinema com o computador não foi exatamente uma surpresa. O namoro tem quase 20 anos. Muito antes da febre dos PCs e da internetmania, os videogames já eram desenvolvidos em cima de filmes, e os computadores usados para criar efeitos especiais no cinema (vide "2001: Uma Odisséia no Espaço", de 1968). A paixão entre os estúdios de Hollywood e laboratórios da Silicon Valley é tão escancarada que ganhou até um apelido: "Siliwood". Uma grande parte dos filmes contemporâneos faz referência aos computadores. Em alguns, as máquinas são personagens menores; em outros, apenas figurantes ou objetos de decoração, mas pouco a pouco os computadores conquistam o papel principal. Sistemas como o Macintosh ou o "Windows" ajudaram a criar uma imagem menos assustadora para os PCs junto ao público. Mesmo que represente um desafio, hoje em dia, qualquer um sabe que pode controlar a fera. Vilões malignos Ainda assim, até recentemente, os computadores só faziam vilões nas telas. Acidentalmente, são capazes de destruir documentos vitais para a paz mundial ou ameaçar guerras nucleares, como no filme "Jogos de Guerra". São criaturas malignas, que ganham vida própria e querem conquistar ou acabar com a raça humana, como em "O Exterminador". No mais antigo deles, "Metropolis", de 1926, o robô era uma mulher má. O computador vira o mocinho quando salva o filme com efeitos especiais. Caso de "Forrest Gump", em que Tom Hanks é colocado eletronicamente em cenas reais da história americana, e de "Crow", em que o ator Brandon Lee morreu durante as filmagens e teve sua imagem digitalizada nas cenas que não pode terminar. Entre as dez maiores bilheterias da história do cinema, oito são filmes carregados de efeitos visuais. De "Guerra nas Estrelas" a "E.T." e "Jurassic Park". Além de produzir efeitos cada vez mais espetaculares, os computadores também os tornam mais baratos. Trabalhos que, por causa do tempo e do número de profissionais envolvidos, teriam preço proibitivo se feitos pelos métodos tradicionais podem ser agora realizados em uma mesa digital. Atualmente, cenários inteiros são criados eletronicamente, basta ver "Entrevista com o Vampiro". A tecnologia será capaz de substituir os atores e seus salários milionários com truques parecidos com os de "Judge Dredd", no qual Sylvester Stalone foi substituído por um ciber-ator nas cenas de perseguição de motocicleta. O que, no caso de Stalone, não fez a menor diferença. Texto Anterior: Disquete aumenta capacidade Próximo Texto: Acer lança dois micros Pentium multimídia; Descoberto vírus que gerencia memória RAM; Imagics grava fotos antigas em CD-ROM Índice |
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