São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Ozônio cai 45% no Hemisfério Norte

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os níveis da camada de ozônio diminuíram 45% em alguns pontos do Hemisfério Norte entre o final de fevereiro e o início de março, divulgou ontem a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
"É o mais baixo nível já registrado nessa área, uma deficiência de 45%", disse Romen Bojkov, assessor especial da OMM.
O gás ozônio forma uma camada que protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol, nocivos a células animais e vegetais, podendo provocar câncer e queimar plantações.
A região em questão cobre menos de um terço do Hemisfério Norte e inclui Groenlândia, parte da Sibéria, parte do Reino Unido, Islândia e Escandinávia.
"Não estamos falando de regiões desérticas, mas de regiões povoadas, onde os níveis de radiação duplicaram. Isso é muito preocupante", afirmou Bojkov.
Entretanto a agência das Nações Unidas disse que a redução do ozônio não foi suficiente para formar um buraco, como aconteceu na Antártida (Hemisfério Sul).
Segundo Bojkov, um dos fatores que mais contribuíram para a redução observada nessas regiões foram as baixas temperaturas registradas na estratosfera polar.
A estratosfera, uma das camadas da atmosfera, se situa a 12 mil metros de altitude.
A organização disse ainda que a redução dos níveis de ozônio na região norte do planeta pode aumentar se baixas temperaturas forem combinadas ao aumento das concentrações atmosféricas dos elementos químicos cloro e bromo.
"Temperaturas inferiores a 78°C negativos durante as últimas semanas facilitaram a formação de nuvens estratosféricas polares que, na presença de compostos baseados em cloro e bromo, se combinaram com a radiação solar, fazendo com que o ozônio fosse destruído", disse.
Segundo a OMM, nas áreas que cobrem o Canadá e a Sibéria oriental, onde foram registradas temperaturas mais amenas, os níveis do gás se situaram abaixo do limite considerado normal para esta época do ano.

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