São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pelé sugere 'CPI do povo' para bancos

Segundo o ministro, dinheiro que sumiu é do povo

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, defendeu ontem em Recife (PE) a criação de uma "CPI do povo", sem a participação de políticos, para investigar os bancos.
"Eu, na minha ignorância, acho que a CPI não devia ser de político, devia ser do povo", afirmou. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é um instrumento de investigação exclusivo do Legislativo.
A "CPI do povo", segundo Pelé, seria integrada por "uma pessoa de cada camada da sociedade", como um advogado e um médico.
"Seria mais certo assim, porque o dinheiro que sumiu é do povo", declarou. A medida evitaria também "interesses de proteção partidária" e a repetição de problemas como os da comissão parlamentar que investiga os bingos.
"Criamos a CPI e vejam o que aconteceu: os próprios deputados foram achacar os donos das casas de bingo", disse Pelé, citando frase que o governador Miguel Arraes (PSB) lhe teria dito em sua última visita ao Estado: "Quem pede para participar de CPI não está querendo fazer trabalho direito."
Arraes, que estava sentado ao lado do ministro, limitou-se a sorrir, sem confirmar ou desmentir.
Pelé disse que não tem medo da reação do Congresso à sua sugestão, por acreditar que os deputados e senadores querem fazer "um trabalho honesto".
Mesmo assim, ele reclamou das críticas que costuma receber por suas declarações. "Todas as vezes que falo o que sinto de coração dá polêmica", disse.

Texto Anterior: Os papéis do Econômico
Próximo Texto: FHC pede a Honda instalação de fábrica
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.