São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
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Síndico agride baixista do Cidade Negra

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

O baixista do grupo Cidade Negra, André José de Farias, 24, o Bino, foi agredido ontem ao chegar no apart hotel onde mora há quase dois anos, em Copacabana (zona sul do Rio).
Ele acusa o síndico do prédio, Nilo Mendes de Figueiredo, de tê-lo atingido no rosto com a coronha de uma arma.
Bino levou sete pontos do lado esquerdo do rosto e sofreu perda de tecido na região.
Ontem à tarde, depois de registrar a ocorrência na 12ª Delegacia Policial (Copacabana), ele faria um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal.
O baixista afirma ter sido xingado de "negro" e "crioulo safado" durante a discussão com o síndico. "Ele disse 'aí, negão, cale a sua boca"', contou Bino. Nilo Mendes de Figueiredo desapareceu do prédio.
A confusão começou por volta das 13h, quando Bino chegava ao Pathernon Real Palace. Na porta da garagem, restos das obras do projeto Rio Cidade furaram o radiador da Mercedes-Benz de Bino.
O carro parou e o baixista começou a reclamar. Bino disse que enquanto reclamava, o síndico se aproximou e começou a xingá-lo. "Eu ameacei saltar do carro. Ele tirou a arma da cintura e me bateu."
O vocalista do grupo, Antonio Bento da Silva Filho, 28, o Toni, contou que foi ameaçado de prisão pelos policiais civis que foram ao prédio verificar o que havia acontecido.
"Eu reclamei quando ouvi o administrador do prédio dizer que não conhecia o agressor. O policial disse que eu estava atrapalhando a investigação e disse que ia me trazer para a delegacia", afirmou.
"Aposto que se fosse o contrário, se Bino fosse o agressor, ele sairia algemado do prédio."
O grupo tem shows marcados no nordeste neste final de semana. Dependendo do estado de saúde de Bino, as apresentações podem ser canceladas.

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