São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
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Bamerindus admite perdas com boatos

FREDERICO VASCONCELOS

FREDERICO VASCONCELOS; RODNEY VERGILI
EDITOR DO PAINEL S/A

Alternativas contábeis no balanço e venda de ativos mostram como dificuldades estão sendo contornadas

RODNEY VERGILI
O balanço de 95 do Bamerindus mostra as alternativas contábeis de que dispõem os bancos para, sem ferir a lei, tentar tranquilizar o mercado, apresentando um resultado positivo.
"A crise, alimentada por boatos, influiu no desempenho do Bamerindus -admite o Relatório da Administração-, mas não teve maiores proporções graças à sua estrutura operacional".
Mais exposto que outros bancos, por pertencer ao ministro da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira, o Bamerindus enfrentou, por exemplo, ameaças de fuga de depósitos de produtores rurais insatisfeitos com a política agrícola.
Fortemente imobilizado, o banco se viu obrigado a vender ativos não-estratégicos (como ações em outras companhias), obtendo o ingresso de R$ 500 milhões no final do ano.
Reforço adicional viria de decisões puramente contábeis, enquanto cuidava -e ainda cuida- do aspecto mais relevante, que é a sua situação patrimonial (reestruturou o conglomerado, montou nova composição acionária e vendeu 6,14% das ações ao HKSB, banco de Honk Kong).
"O banco tomou e está tomando as providências relacionadas com sua posição patrimonial", assinala o auditor do balanço (da Ernst & Young, mesma auditoria do Econômico), numa afirmação limitada e que permite várias leituras. No parecer, o auditor não fez ressalvas (no sentido de facilitar as análises do mercado.
"Nós só colocamos como crédito de liquidação duvidosa os empréstimos de curto prazo que consideramos irrecuperáveis", diz Maurício Shulman, presidente do Bamerindus. "Od demais estão sendo negociados com clientes".

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