São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
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Lojas apontam público fiel

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

Se o resgate da cultura nacional e a busca de prestígio são as justificativas unânimes das gravadoras para a remasterização e o relançamento de seus acervos de MPB, o crescimento de vendas nas lojas desponta também como provável razão do incremento.
A loja Planet Music Megastore, por exemplo, afirma que, dos 40 mil CDs que vende por mês, 300 a 400 são caixas, entre importadas e nacionais.
O número parece insignificante, mas torna-se expressivo ao se pensar no custo elevado das caixas e na rapidez de venda de alguns lançamentos.
A caixa do grupo norte-americano Velvet Underground, com cinco CDs, por exemplo, vendeu na loja todos os 50 exemplares adquiridos em uma semana e meia.
"As vendagens das caixas nacionais poderiam ser maiores, só não são porque a maioria repete coisas já lançadas", diz Adilson Silva, gerente da loja.
Ele cita como exemplo a série "Grandes Nomes", da PolyGram, que reúne material já em catálogo de artistas como Caetano Veloso, Gal Costa e Raul Seixas.
Fãs Segundo Mauro Pugliese Reis, supervisor geral da loja Lado A, as caixas de CDs têm um público fiel.
"São fãs que não medem esforços para comprar tudo que sai dos seus ídolos", diz.
A loja vendeu, segundo ele, 200 cópias de Orlando e 100 de Nelson, boa parte das quais comprada por turistas estrangeiros.
"A primeira remessa da Carmen foi de dez exemplares, vendidos todos no mesmo dia, a maioria para senhores de 45 anos para cima", diz Reis.
Ele acredita que a circulação do formato caixa vem crescendo nos últimos tempos.
"De uns tempos pra cá, o CD têm se tornado um produto barato. As pessoas ficam constrangidas de dar como presente. Então, a caixa surge como um formato ideal de presente", diz Reis.
Em geral, segundo ele, as caixas da "velha guarda" são compradas como presente, para um público consumidor de idade elevada, que não costuma sair de casa para comprar discos.
A Baratos Afins, incrustada na roqueira "galeria do rock", no centro, é prova. A loja não vendeu nenhuma caixa de "velha guarda" até hoje.
"O pessoal acha que vai ter chiado, fica desconfiado", afirma o dono, Luiz Calanca.
(PAS)

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