São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
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Pollack reconstitui dor e crueldade da Depressão

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O que aconteceu a Sydney Pollack não é raro: um começo de carreira deslumbrante e, depois, o retraimento, o quadrado.
"A Noite dos Desesperados" (Bandeirantes, 13h15) faz parte ainda desse primeiro momento. É verdade que Hollywood, em 1969, era uma instituição em crise, o que beneficiava os filmes. Não existia um modelo fixo de sucesso, nem uma fórmula que orientava o conjunto da produção, como aconteceu a partir da segunda metade dos anos 70.
Pollack -com a ajuda de Jane Fonda- agarrou o assunto sem fazer concessões. Filmou uma longa, interminável noite (a rigor, uma sucessão de noites e dias), reconstituindo-a passo a passo.
Criou um conto da Depressão, sem dúvida, mas também de algo mais geral: de crueldade. Porque, afinal, é a imensa crueldade que move os homens, algo certamente não distante do sadismo, o assunto prioritário do filme.
Jane Fonda, não raro prejudicada naquele momento por suas opções políticas, ganhou um ótimo papel e, como quase sempre, saiu-se com brilho.
(IA)

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