São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Desnível aproxima a Indy da F-1

MAURO TAGLIAFERRI
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

MAURO TAGLIAFERRI; JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Categoria tem mudança

Discretamente, a Indy caminha rumo à F-1. Além da internacionalização da categoria, agora surge a ameaça do desequilíbrio entre as equipes, com o predomínio dos times equipados com motor Honda.
A direção da Indy prepara medida que afeta o público das corridas. A IndyCar planeja restringir o acesso dos espectadores aos pilotos, uma das suas tipicidades.
Ou seja, a Indy corre o risco de, em breve, ser uma categoria pouco competitiva, restrita, mas internacional. Características da F-1.
A restrição do acesso dos fãs aos seus ídolos foi confirmada à Folha pelo presidente da IndyCar, Andrew Craig. "Temos de dar condições físicas para os pilotos e os engenheiros trabalharem", disse ele.
Craig acha que a Indy hoje é "muito acessível". "Quero que o público saia dizendo que falou com Michael Andretti, por exemplo, mas dar boas condições de trabalho aos pilotos também", afirmou.
Como medidas de restrição ao contato público-pilotos, Craig disse que a IndyCar pode subir os preços dos ingressos para a área dos pits e garagens, ou diminuir a região de acesso aos espectadores.
O dirigente nega, porém, que tenha a intenção de internacionalizar a Indy.
"O campeonato internacional é o da F-1. Nós somos uma série norte-americana. Não é bom para o esporte ter duas categorias internacionais. Veja o boxe. Ninguém sabe ao certo quem é o campeão mundial", afirmou.
Em relação ao desequilíbrio entre as equipes, alguns pilotos sinalizam que estão atentos para a questão.
Nos treinos de ontem, dois carros equipados com motor Honda fizeram os dois melhores tempos: o italiano Alessandro Zanardi voltou a ser o mais veloz (39s967) e o brasileiro André Ribeiro foi o segundo (40s064).
Entre os dez primeiros, cinco carros tinham o propulsor japonês: além dos dois citados, Gil de Ferran (5º), Adrian Fernandez (7º) e Jimmy Vasser (9º).
"O que impressiona é a resistência dos motores Honda. Eles estão bem em circuitos de alta velocidade e, se começarem a andar bem nos mistos, vai complicar", disse Mauricio Gugelmin.
"Estamos um passo na frente dos outros, mas não podemos parar de trabalhar, ou vão nos alcançar", disse André Ribeiro. "Estão todos próximos."
Chuva
A sessão de treinos livres da tarde de ontem foi interrompida por cerca de dez minutos devido a uma chuva fraca que atingiu o circuito de Jacarepaguá. O dia, porém, foi mais uma vez de forte calor.
Na primeira sessão, Juan Manuel Fangio 2º "estreou" o muro do oval carioca. O argentino teve problemas na freada da curva quatro e seu pneu traseiro direito travou.
O carro rodou e bateu de frente no muro. A sorte de Fangio é que ele vinha em baixa velocidade e só danificou o bico do carro.
A IndyCar deu um basta às discussões entre Mauricio Gugelmin e Michael Andretti e entre André Ribeiro e Robby Gordon. Avisou que ficará de olho na conduta dos quatro nas próximas provas.

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