São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Mulheres invadem o kung-fu

DO ENVIADO ESPECIAL A DENGFENG

O Templo Shaolin representa uma Meca do kung-fu. Ao seu redor, existem hoje 33 academias de artes marciais, com 20 mil alunos. Em 1992, funcionavam 18 escolas com 6.000 alunos.
No mundo chinês das artes marciais, as mulheres e estrangeiros lutam por um espaço. A Ta Gou Wushu Xuexiao, a maior escola da região do Templo Shaolin, reúne 300 mulheres e já recebeu estudantes de países como EUA, Itália, Japão e Malásia.
"Estudamos as mesmas lições que os meninos, aprendemos a usar facas e espadas", relata Zheng Yin Huan, uma jovem de 18 anos. Mas, na hora dos exercícios físicos, as alunas recebem uma carga mais suave. Elas são, por exemplo, poupadas da prática de desferir socos numa pesada bolsa de areia.
A escola aceita alunos de 6 a 25 anos. Fundada em 1978 pela família Liu contabiliza hoje 4.000 alunos e 110 professores, entre os quais 8 mulheres.
"Além de kung-fu", conta a estudante Jiang Mei Xiang, 18, "aprendemos também chinês, matemática, biologia, matérias comuns a todas as escolas". O curso leva em média cinco anos e a escola oferece alojamento e alimentação, por 1.000 yuans anuais (US$ 120). Um salário médio em Pequim soma 600 yuans.
Para os estrangeiros desembarcam na escola por períodos mais curtos e fazem cursos intensivos de artes marciais. Os preços, com alojamento e alimentação, flutuam na casa dos 400 yuans mensais.
Huan conta quer nunca precisou recorrer a esses conhecimentos para brigar na rua. "Quero me dedicar ao kung-fu como atividade esportiva, talvez virar professora".
"Gostaria de ser policial", afirma Xiang. Entre os meninos, vários mencionam qa vontade de usar as artes marciais na carreira militar, como guarda-costas de empresários ou em filmes de ação. "Adoro o Bruce Lee", diz Xiang, voraz consumidora de histórias do maior nome do cinema de artes marciais.

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