São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Vereador quer sirene nos táxis

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Um projeto polêmico, em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, autoriza os 32.792 táxis da cidade a usarem sirene para o transporte de passageiros em situação de emergência médica.
O dono da idéia é o vereador Antonio de Paiva Monteiro Filho (PL-SP), mais conhecido no meio político como Toninho Paiva.
A inspiração para o projeto foi dada por uma tragédia que o vereador testemunhou há dois anos.
"Um taxista fez uma volta proibida na avenida Celso Garcia para entrar no Hospital do Tatuapé e bateu num outro carro. Ele estava levando um passageiro com trasmatismo (sic) craniano, que mor reu no hospital. Se tivesse a sirene, não teria batido", conta.
Toninho Paiva sabe que, se aprovado o projeto, a sirene poderá ter o seu uso desvirtuado por taxistas.
Por isso, o texto que apresentou prevê advertência, multa e até cassação do alvará do taxista que, por exemplo, ligar a sirene para levar um passageiro ao aeroporto. "Não precisamos de mais barulho na cidade. O nível de ruído em São Paulo já está alto o suficiente", protesta o arquiteto Juan Antonio Perez, do laboratório de acústica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
O projeto também desagrada um especialista da área policial, o deputado estadual Conte Lopes (PPB-SP). "Se já há policiais que abusam e usam a sirene para avançar sinal, a sirene num táxi vai confundir os motoristas. A gente sabe muito bem que vai haver abuso."

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