São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Telesp abre licitação de 80 mil celulares

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Telesp (Telecomunicações de São Paulo) abriu concorrência pública para a instalação de 80 mil telefones celulares na região de Jundiaí (a 60 km da capital).
É a primeira concorrência para telefonia celular da Telesp desde 1992 e a estatal projeta um preço máximo para os equipamentos de US$ 96 milhões.
Segundo a Telesp, até o final do ano serão abertas licitações para 1 milhão de celulares, que serão distribuídos por todos os municípios. Significa pelo menos mais US$ 1,2 bilhão em equipamentos.
A reabertura dos processos licitatórios no sistema Telebrás indica que vai recomeçar a disputa pelo mercado entre os fornecedores internacionais de sistemas celulares das estatais telefônicas.
Em 92, quando houve a concorrência para a Grande São Paulo, a Ericsson chegou a recorrer à Justiça para tentar anular a concorrência, vencida pela NEC.
A disputa pelos novos contratos envolverá gigantes como AT&T e Motorola (EUA), Ericsson (Suécia), NEC (Japão) e Nortel (Canadá).
A expectativa é de que a Motorola, que só conseguiu vencer uma concorrência de celular no país (para parte do interior de São Paulo), irá para as concorrências disposta a derrubar os preços.
Aditivos
Nos últimos três anos, a Telesp expandiu seu sistema de telefonia celular através de aditivos a contratos antigos e da contratação direta de fornecedores.
Só em janeiro deste ano, a estatal assinou contratos com a NEC, AT&T e Motorola para a instalação de 475 mil telefones celulares no Estado. Os contratos somaram mais de US$ 700 milhões.
"A partir de agora, todas as compras de equipamentos para celular da Telesp serão feitas por concorrência pública", afirmou o superintendente do departamento de celular da empresa, Gilson Rondinelli Filho.
A Telesp, assim como as demais teles no país, está aproveitando a lentidão do Congresso em aprovar a lei das telecomunicações -que vai iniciar o processo de concessões para o celular privado- para ampliar sua fatia de mercado.
Segundo avaliação da empresa, o Estado de São Paulo tem um potencial de mercado para 2,5 milhões de assinantes de telefonia celular, o que significa cinco vezes o número hoje instalado.

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