São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Classe média 'descobre' Praia Grande

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRAIA GRANDE

A classe média está descobrindo Praia Grande. Conhecida durante anos como o principal reduto dos turistas de baixa renda no litoral de São Paulo, a cidade consolidou uma nova imagem neste verão e agora quer integrar o circuito das praias badaladas do Estado.
A mudança de status da Praia Grande (82 km ao sul de São Paulo) atraiu as construtoras e o resultado é que a cidade apresenta um grande número de obras (veja quadro).
A virada de Praia Grande começou em 1993 com um conjunto de obras que inclui a urbanização de 9 dos 22,5 km da orla -em outros 13 km as obras estão em andamento-, a pavimentação de 140 km de ruas e um plano para eliminar a poluição das praias por esgotos.
A essas medidas, somou-se a decisão da prefeitura de dificultar o acesso dos chamados "farofeiros" -os turistas de um único dia que chegavam em ônibus fretados de excursão, vindos principalmente da periferia de São Paulo.
"Colocamos rédea na farofa e trouxemos de volta o turista que tem casa na cidade e a tinha abandonado", afirma o prefeito Alberto Mourão (PMDB), 41.
O que o prefeito chama de "rédea" é uma taxa de R$ 1.700 a ser paga por cada ônibus de excursão que quiser entrar na cidade, a proibição de que esses ônibus estacionem nas ruas da região da orla e o fechamento, desde 1993, do único terminal para recepção de turistas de baixa renda.
Comparação vantajosa
As iniciativas da prefeitura despertaram o interesse em turistas de classe média e investidores.
A gerente de vendas Márcia Maerly de Angelo, 36, de São Paulo, disse ter optado por Praia Grande depois de viajar para o Guarujá e para a Riviera de São Lourenço, em um mesmo fim-de-semana, decidida a comprar um imóvel.
Ela disse que a superlotação do Guarujá a desagradou. "O Guarujá tem charme, mas está decaído." Márcia acabou comprando por R$ 90 mil um apartamento de dois quartos na praia da Aviação, em Praia Grande, para usar nas férias e nos fins-de-semana.
A Real, uma das principais empresas do ramo imobiliário da região de Santos, começa no meio do ano a construir o primeiro condomínio fechado de Praia Grande.
O condomínio, na praia do Forte, terá oito edifícios, com apartamentos de três dormitórios e suíte, cujas vendas já se iniciaram.
Após 31 anos de atuação no mercado da Baixada Santista, é a primeira vez que a empresa faz um lançamento em Praia Grande.

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