São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Farândola Troupe traz circo ao palco

MÔNICA RODRIGUES COSTA
EDITORA DA FOLHINHA

Há uma boa comédia para crianças na cidade, "Olha o Palhaço no Meio da Rua", em cartaz no circo montado no Centrinho do Centro Cultural São Paulo.
Se o tempo pudesse retroceder até a Idade Média, seria divertido ver a Farândola Troupe, grupo de três atores e uma atriz, mostrar sua arte de comediantes, com domínio de gesto e improviso.
A trupe está em boa companhia. Hugo Possolo concebeu o roteiro e Alexandre Roit dirigiu o grupo.
O texto é uma adaptação de um espetáculo de rua do Farândola Troupe, apresentado em São Paulo e no interior no ano passado.
Farândola Segundo o ator Lucciano Draetta, o nome Farândola é uma homenagem a uma companhia que existiu na Idade Média, a primeira que aceitou uma mulher no grupo.
"Hugo montou uma sequência mesclando o roteiro com 'O Pastelão e a Torta', história medieval, e eu trabalhei técnicas circenses. A peça traz vários tipos do circo", diz Roit.
"Olha o Palhaço no Meio da Rua" está instalado em um palco-picadeiro. O enredo é o clássico de palhaços, com texto quase nonsense, movimentos que se repetem, socos e chutes que nunca atingem o alvo e muitos trocadilhos verbais.
Para Roit, "a história é uma desculpa, fica em segundo plano, serve para introduzir as palhaçadas".
Acrobacias O espectador vai ver cenas com cambalhotas e acrobacias, números com perna-de-pau, malabarismos. Há problemas matemáticos que não se resolvem e a velha brincadeira de jogar água no público.
O figurino é um dos pontos fortes da peça. Mistura arlequim, saltimbanco e palhaço. As roupas são criativas, mas simples. Deixam à mostra o deveria estar escondido, como a barriga exposta de um dos palhaços.
Não espere a "limpeza" do teatro tradicional, ou a arrumação das fantasias padronizadas dos palhaços da TV. O circo é sujo, a arte é pobre. A força é dos comediantes.

Peça: Olha o Palhaço no Meio da Rua
Com: Farândola Troupe
Onde: Centrinho do Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000, tel. 277-3611)
Quando: Sábados e domingos, às 16h
Quanto: R$ 5,50

Texto Anterior: Nada é mais deprimente
Próximo Texto: Sinfônica de Berlim toca no Ibirapuera
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.