São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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'Piratas' exploram Mamonas Assassinas

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os Mamonas Assassinas continuam sendo um bom negócio -mas, por enquanto, só explorado por "piratas".
No Centro de São Paulo, não faltam camelôs com camisetas, jaquetas ou fantasias como as que os cinco rapazes de Guarulhos (SP) se apresentavam em shows.
Para não cair na ilegalidade, o primeiro passo é procurar uma empresa de licenciamento de marcas, que entra em contato com família ou empresários, habilitados a autorizar ou não o uso da marca.
"O grupo não tinha empresa para trabalhar com a imagem", diz Ana Maria Kasmanas, 30, diretora-executiva da Exim, que faz licenciamento de marcas.
"Acho que há muito potencial, mas é uma coisa que deve ser organizada rapidamente. Caso contrário, o que vai acontecer é uma avalanche de produtos ilegais."
História em quadrinhos
Quando estava vivo, o grupo foi convidado a emprestar seu nome a vários produtos, inclusive a histórias em quadrinhos. Mas nunca concordaram, alegando que deveriam se concentrar na música.
"A gente procurou os Mamomas. Eles disseram que só pensariam no assunto após março", conta Ignez Pereira, 52, sócia-gerente da Seta Marcas e Patentes, também habilitada a licenciar a marca.
"Queríamos colocar o nome deles em mochilas, camisetas e bonés. Acho que, aproveitado o momento, é um bom negócio. Eles vão ser esquecidos rapidamente."
Ela estabelece um prazo de seis meses a um ano para que produtos da marca Mamonas sejam vendáveis. "Brasileiro é esquecido."
"Temos visões diferentes em relação àquilo que pensam os publicitários. Em um primeiro momento, vai estourar", comemora Pilar Toledo Corrêa, 39, da Toledo Corrêa Marcas e Patentes.
Segundo ela, a marca Senna vem perdendo valor, quase dois anos após a morte do piloto. "Quem já está vendendo material pirata pode ter esses artigos apreendidos, além de ter de pagar perdas e danos."
A família não quis se pronunciar a respeito do uso da imagem. A Folha telefonou três vezes para a casa da família do vocalista Alecsander Alves, o Dinho, líder da banda.
André Brito, o Ralado, que deixou de viajar com o grupo para São Paulo e ficou em Brasília na noite em que morreram os Mamonas, respondeu: "Ele (Hildebrando, pai de Dinho) não vai falar. Tudo o que tinha de ser exposto já foi".
"Acho que não deixa de ser bom negócio, mas que deve ser muito bem cuidado. Os Mamonas têm uma aura de heróis do Brasil", diz Ana Maria Kasmanas.

Onde encontrar - Seta Marcas e Patentes: (011) 604-4971; Toledo Corrêa Marcas e Patentes: (0800) 15-0080; Exim Licensing: (011) 6128-1744.

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