São Paulo, segunda-feira, 18 de março de 1996
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Acerto interno; Comendo o bolo; Passo de cágado; A Bahia vai esperar; Chá de cadeira; Soltando os cachorros; Sol com a peneira; Politicamente incorreto; Chumbo grosso; Efeito traque; Mantendo a fama; Ocasião explosiva; Queimando gás; Contra a maré; Pressão externa

Acerto interno
Como queria o PMDB, o Ministério dos Transportes sai ganhando com a nova redação do Orçamento de 96, feita por Iberê Ferreira (PFL-RN). A pasta tinha R$ 1,8 bi e agora tem R$ 2,2 bi destinados a investimento.

Comendo o bolo
Dos R$ 9,8 bi para investimento previstos no Orçamento de 96, R$ 9,6 bi são do Executivo e R$ 200 milhões vão para Legislativo e Judiciário. Só para 203 obras consideradas "inacabadas", estão destinados R$ 1,5 bi.

Passo de cágado
Sarney já tem candidatos às presidências do Senado e da Câmara: Jáder Barbalho (PA) e Paes de Andrade (CE). O Planalto está atrasado. Líderes acham um erro o governo ficar sem candidato.

A Bahia vai esperar
A comissão de Finanças da Câmara pode aprovar requerimento do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) para ouvir o BC e a Fazenda antes do acerto entre o Excel e o Econômico. Os baianos não contavam com mais essa.

Chá de cadeira
A bancada gaúcha está em pé de guerra. Paulo César Ximenes não quis recebê-los para conversar sobre o fechamento de 30 agências do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul. Nem a intermediação do Planalto ajudou.

Soltando os cachorros
Com o dobro de deputados do PTB, que tem dois ministérios, o PPB se acha um injustiçado no governo. A vingança vem todas as vezes que é chamado a votar. "Chamem a Dorothéa", grita o líder Francisco Dornelles (RJ).

Sol com a peneira
Segundo Roberto Freire (PPS-PE), as CPIs das empreiteiras e da CUT só não saíram por causa de um acordo entre o PT e o PPB. Por isso, o exemplo não vale para a CPI dos bancos. Não há acordo entre os partidos.

Politicamente incorreto
O PTB trocou de presidente e baniu o galo como símbolo do partido, mas pouco mudou. De seus 29 parlamentares, 20 assinaram manifesto de apoio ao deputado João Mendes, acusado de ligação com o traficante Uê.

Chumbo grosso
Márcio Santilli deixou a presidência da Funai atirando. Acusou quatro ex-funcionários de incitar índios a tomar reféns. Entre eles Francisco Cruz, chefe de gabinete de Geraldo Brindeiro na Procuradoria da República.

Efeito traque
A dúvida dos investidores estrangeiros sobre as reformas não é mais só quantitativa. Aumentam as incertezas sobre a qualidade. Todos procuram, mas não conseguem ver o tamanho da economia que elas vão gerar.

Mantendo a fama
Depois da valentia no ataque a Sarney, o governador Tasso Jereissati (PSDB-CE) dispensou, no Japão, um punhado de pérolas embrulhadas em fita rosa, que ganhou de presente. "No Ceará, isso é coisa de baitola."

Ocasião explosiva
Marta Suplicy (PT-SP) comemora seus 51 anos amanhã, no Feitiço Mineiro, em Brasília. Um dos convidados, com presença certa, é Luís Eduardo Magalhães. O filho de ACM vai aturar um show do filho de Marta, Supla.

Queimando gás
A Comgás quer vender sua sede na região da avenida Paulista. Planeja levantar pelo menos R$ 30 milhões para pagar as dívidas de curto prazo da estatal. Deve se mudar para o prédio da Secretaria de Energia do Estado.

Contra a maré
Presidente da Comissão de Finanças, Delfim Netto (PPB-SP) quer fazer debates todas as quintas-feiras com economistas de fora do eixo Rio-São Paulo. Segundo ele, "menos suscetíveis ao charme do governo".

Pressão externa
A Human Rights Watch mandou carta a FHC pedindo que o Brasil vote a favor de censura à China na Comissão de Direitos Humanos da ONU. São julgadas violações chinesas a direitos de dissidentes e a liberdades civis.

TIROTEIO
Do deputado Ivan Valente (PT-SP), sobre a acusação do líder tucano José Anibal de que a oposição defende privilégios:
- Depois do Sivam, da pasta rosa e dos escândalos envolvendo os bancos, o líder do governo deve ter feito a afirmação distraído, diante do espelho.

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