São Paulo, segunda-feira, 18 de março de 1996 |
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PMDB quer adiar votação da Previdência
DANIEL BRAMATTI
O temor de um novo "racha" no PMDB faz com que Temer relute em aceitar a data de quinta-feira para a votação, como querem os demais líderes governistas. Toda a articulação do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), é para votar a reforma até quinta, antes da convenção do PMDB, no domingo. "Não há data fechada. O projeto tem de ir a votação quando sentirmos que será aprovado pela Casa", disse Temer, depois de almoçar na casa de Paes, anteontem. Ontem, Temer apresentou seu projeto ao presidente Fernando Henrique Cardoso no final da tarde. Amanhã, no Palácio do Planalto, haverá novo encontro, com a presença dos demais líderes, para avaliar a conveniência de se votar ou não o parecer na quinta-feira. Na votação em que o parecer do ex-relator Euler Ribeiro (PMDB-AM) foi rejeitado em plenário, há duas semanas, o PMDB foi o partido governista com o maior número de dissidentes: 38 votaram contra e 53 a favor. A eventual repetição do resultado deixaria Temer em situação delicada como líder da bancada, além de comprometer seu projeto de chegar à presidência da Câmara em 97. Outros dois potenciais candidatos ao cargo ganhariam espaço com o enfraquecimento de Temer: o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), e o próprio Paes de Andrade. Na tentativa de evitar que um provável voto contrário à reforma seja visto como consequência de uma disputa pessoal, Paes deve fazer hoje discurso elogiando a trajetória política do relator. Ele também prometeu coibir qualquer manifestação contra Temer na convenção do partido. "Só deixo colocar faixa de apoio ao líder. Se for contra, mando tirar." Se conseguir adiar a votação da reforma até a convenção, Paes espera que sua posição contrária ganhe mais respaldo do partido. Ele fará uma consulta, com votação secreta, sobre Previdência, reforma administrativa, reeleição e privatização da Vale do Rio Doce. A principal bandeira de Paes é a manutenção da aposentadoria por tempo de serviço -que, na proposta de Temer, é substituído por tempo de contribuição. No sábado, relator procurou convencer Paes de que a mudança não trará prejuízos aos trabalhadores, já que será considerado tempo de contribuição todo aquele decorrente de vínculo empregatício. Texto Anterior: Protestos Próximo Texto: A reforma de Temer Índice |
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