São Paulo, segunda-feira, 18 de março de 1996 |
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Japão perde liderança na importação Imposto maior afeta as vendas ARTHUR PEREIRA FILHO
Na sexta-feira, o governo japonês deu ultimato ao Brasil para que reduza alíquotas de importação de veículos. Caso contrário, Tóquio ameaça fazer reclamação à Organização Mundial do Comércio. Há dois anos, de cada cem carros importados vendidos por marcas sem fábricas no país, 35 eram japonesas. Em 95, 27 eram japoneses. Apesar disso, o volume total de vendas cresceu cerca de 19%. Mas o resultado é inferior ao obtido pelas 32 marcas filiadas à Abeiva (associação dos importadores): 53%. Marcas Segundo a Abeiva, a Honda, líder desse mercado no primeiro trimestre de 95, vendeu 29% menos em 95 do que em 94. A Subaru também registrou queda (17%). Enquanto isso, os coreanos duplicaram vendas e aumentaram participação de 20% para 28%. O aumento da alíquota de importação para 70% deixou os japoneses em desvantagem frente aos carros nacionais pequenos e médios. "Os japoneses foram mais atingidos pela alta do imposto por causa do perfil de seus produtos", diz Emilio Julianelli, da Abeiva. "A concorrência com o produto brasileiro nessa faixa de preço ficou muito difícil", diz Eduardo Souza Ramos, presidente da Mitsubishi brasileira. Preços Herbert Berger, superintendente da Suzuki do Brasil, dá um exemplo: um carro Swift, que custava R$ 14 mil em março, agora tem preço de tabela fixado em R$ 20,9 mil. A situação não deve mudar este ano. Os importadores estimam que as importações das marcas sem fábricas no Brasil não devem ultrapassar 80 mil unidades, cerca de 50% menos do que no ano passado. Nenhuma marca japonesa prevê aumento de vendas. A mais otimista é a Honda. "Vamos vender este ano cerca de 5.000 unidades, aproximadamente o mesmo número de 95", diz Kazuhiko Sakata, presidente da Honda do Brasil. A Toyota já avisou: vai importar este ano apenas 3.000 unidades, ou seja, 1/3 do que vendeu no ano passado. A Mitsubishi vai fazer um corte de cerca de 10% nas vendas. A Suzuki vai reduzir seu volume de vendas pela metade e se concentrar no mercado de jipes. Para reduzir despesas e manter sua rede de 47 concessionárias, procura se unir com outras marcas em dificuldades, como Nissan e Subaru. O principal objetivo é criar revendas multimarcas, de custo menor. Fábricas Para ficar no mercado brasileiro, a saída é produzir aqui. Essa foi a conclusão da Honda, que vai investir US$ 100 milhões para produzir o Civic a partir de 97. A Toyota deve seguir o mesmo caminho. Texto Anterior: Dicas das franquias Próximo Texto: Mitsubishi interrompe produção de picape no país Índice |
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