São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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Sete morrem em duas chacinas em SP

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FOLHA SUDESTE

Grande SP tem 14 chacinas em 96 Sete pessoas morreram em duas chacinas ocorridas no Estado de São Paulo anteontem -quatro em São Paulo e três em Campinas (99 km a noroeste da capital).
Na 14ª chacina do ano na Grande São Paulo, três homens e uma mulher foram assassinados no Jardim Nélia, Itaim Paulista (zona leste).
Houve uma quinta vítima, que levou quatro tiros nas costas, mas escapou com vida.
Até o final da tarde de ontem, a polícia acreditava que o crime se deveu a briga entre quadrilhas.
Mas não descartava a hipótese de se tratar de vingança de policiais, já que uma das vítimas é acusada pela morte de um investigador de Itaquaquecetuba (leia texto abaixo).
Os mortos na chacina foram Adriano Monteiro da Silva, 23, Fábio Paulino da Silva, 18, Fábio Mendonça, 16, e Eliane de Moraes Borges, 17. O quinto baleado é Valdeci Ferreira da Costa.
Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investiga o caso, todos os mortos tinham passagem pela polícia. Adriano da Silva já cumpriu pena por homicídios e furto. Era o acusado pela morte do policial.
90 tiros O grupo foi baleado por volta das 23h15 de domingo, dentro de um sobrado abandonado na rua Soares de Bulhões, 74. Segundo vizinhos, o local costumava ser usado para consumo e tráfico de drogas.
O delegado Luiz Bezerra da Silva, titular do 50º DP, responsável pela área do crime, diz que foram encontradas cerca de 90 cápsulas de balas disparadas no local.
"Usaram armas de grosso calibre, do tipo que a população normal não usa. Pode até ter tido uma metralhadora", disse Silva.
Em frente à casa, estava estacionados a Kombi de Valdeci da Costa e um Monza que, segundo a polícia, tinha sido roubado.
Depois dos tiros, um carro da Rota foi ao local, e os cinco foram levados para o Hospital Tide Setúbal, onde foi constatada a morte de quatro.
Campinas
Na segunda chacina do ano em Campinas, três homens foram assassinados com tiros na cabeça e nas costas, na favela Santa Marta, às 20h de anteontem.
A polícia ainda não tem pistas dos autores do crime e não sabe o que os levou a praticá-lo.
Foram assassinados Reginaldo Marin, Aluísio Antônio Faria, 25, e um homem identificado como Adílson. Até as 18h de ontem a polícia não tinha seu nome completo.
A polícia acredita que Faria foi morto por engano, porque não tinha ficha policial.
"Os assassinos procuravam uma outra pessoa, que fugiu", acredita o delegado do Setor de Homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Campinas, Cássio Vita Biassoli, 27.

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