São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Roubo a banco cresce 26% em fevereiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Os roubos a banco na Grande São Paulo cresceram 26,2% em fevereiro, em comparação com o mês anterior.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou ontem que houve 101 desses crimes no mês passado. Em janeiro, haviam sido registrados 80.
Os números incluem assaltos a carros-fortes, que foram três em fevereiro.
O total do mês passado se aproximou do recorde histórico, de 102 casos, em novembro de 95.
O dia 29, último dia de fevereiro, teve 16 roubos, recorde do mês. Também nesse caso quase foi alcançada a maior marca histórica, que é de 17 casos, registrada no último dia útil de novembro de 95.
Tendência de aumento
Em relação ao mês de fevereiro do ano passado, o número de roubos a banco representa aumento de 158,9%. Naquele mês, houve 39 ocorrências.
Os números dos últimos meses mostram tendência de crescimento acentuado nesse tipo de crime.
A média mensal de casos no primeiro semestre do ano passado foi de 57,3. No segundo semestre, chegou a 84,1 roubos por mês.
Nos dois primeiros meses de 96, o índice bateu nos 90,5 casos.
Em 95, os roubos a banco na Grande São Paulo cresceram 124%, comparados com o ano anterior.
Mudança do perfil
O delegado Rui Ferraz Fortes, titular da Delegacia de Roubo a Bancos, não foi encontrado ontem para comentar o crescimento.
Para o delegado Francisco Basile, 43, titular da Divisão de Crimes contra o Patrimônio, a estabilidade da moeda está incentivando os roubos a banco.
Atualmente, os ladrões teriam a facilidade de poder ficar com o dinheiro por mais tempo, sem que haja grande perda de seu valor real.
A polícia também acredita que o perfil dos assaltantes está mudando. No início dos anos 90, os ladrões costumavam ter extensa vida criminal.
Hoje é comum prender assaltantes sem antecedentes, o que aponta para posição de pouco destaque na "hierarquia criminal".
O horário de pico continua sendo a manhã, especialmente entre 10h e 12h, que concentraram mais de 50% dos casos do mês.
Roubo de armas
Segundo levantamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da Segurança Pública, nos roubos de fevereiro foram levados USŸ 3,5 milhões.
A instituição financeira mais vezes assaltada foi o Bradesco, vindo em seguida Itaú, Real, Unibanco e Nossa Caixa.
Os ladrões tomaram 186 armas de vigias de bancos e carros-fortes na Grande São Paulo. Desse total, dez foram roubadas de vigias de carros-fortes.
No interior do Estado, houve 24 roubos a bancos no mês passado, nos quais foi levado pelos ladrões um total de US$ 1,1 milhão.
Mais 30 armas foram roubadas nessas ações, de acordo com a coordenadoria.

Texto Anterior: ONU propõe criar mutirão remunerado
Próximo Texto: Inquérito aponta filho como o culpado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.